segunda-feira, setembro 24

Leilão de Arte


Uma oportunidade para agir. Contribui!
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Courrier Blogosférico

o mundo está' globalizado', não está? a suazilândia é um dos países deste mundo. fica em áfrica, continente com o qual a europa vai fazer uma cimeira, não é?lá, na suazilândia, o rei pode escolher uma mulher que veja na rua e torna-la sua concubina, sem lhe perguntar o que ela quer, nem sequer consultar a família da rapariga!o rei tem o direito (?!) a selecionar uma virgem entre milhares que anualmente participam na dança das virgens (!!!). escolhida uma, há que emprenha-la; se não o conseguir, será repudiada; se engravidar tem probabilidade de ir juntar-se ao harém de esposas do monarca, onde tudo se legitima pela poligamia.estamos em 2007, século XXI?

Quem canta consente (8)


Anouk
"Nobody's wife"

I'm sorry for the times that I made you scream
for the times that I killed your dreams
for the times that I made your whole world rumble

for the times that I made you cry
for the times that I told you lies
for the times that I watched and let you stumble

It's too bad, but that's me
what goes around comes around, you'll see
that I can carry the burden of pain
'cause it ain't the first time that a man goes insane
and when I spread my wings to embrace him for life
I'm suckin' out his love, 'cause I, I'll never be
nobody's wife

I'm sorry for the times that I didn't come home
left you lyin' in that bed alone
was flyin' high in the sky when you needed my
shoulder

you're like a stone hangin' round my neck, see
cut it loose before it breaks my back, see
I've gotta say what I feel before I grow older

I'm sorry but I ain't gonna change my ways
you know I've tried but I'm still the same
I've got to do it my own way

(..)

sexta-feira, setembro 21

Homens participam pouco na vida doméstica


Catarina Lúcia Carvalho, SIC


No telejornal, ainda se destaca uma entrevista de rua em que uma mulher diz que há tarefas que ela não quer que o seu companheiro faça. E a conclusão apresentada é, naturalmente, que a falta de divisão de tarefas se deve ao facto (não exclusivo, obviamente) de as mulheres não o quererem. As mulheres, ao que parece, são uma pessoa na rua. Mas mesmo assim, alguém diz, por favor, ao jornalista que elas ouvem as mesmas músicas sexistas? Que vêm as mesmas novelas estereotipadas? Que lêem as mesmas histórias que remetem a mulher para um papel passivo? Que têm quase unicamente modelos de papéis de género tradicionais? Parece que nunca se lembram que também as mulheres são educadas e aculturadas numa sociedade patriarcal...

Que chegue a desuso

Uma jovem universitária de 20 anos, natural de Gaia, foi brutalmente assassinada em Coimbra, ontem de manhã, alegadamente pelo namorado, um jovem viseense de 23 anos. A vítima tinha posto fim à relação há pouco tempo e, ontem de manhã, atraída para uma conversa num local ermo, teve uma morte violenta. Esfaqueada no abdómen, degolada de seguida. "Acabei de matar a minha namorada" terá dito o jovem uma patrulha da 'Escola Segura' da GNR que estava de serviço à EB 2-3 de Ceira (uma localidade da periferia de Coimbra, próxima do local do crime). Eram 10.00. Crime premeditado, dizem os investigadores, até porque para uma vulgar conversa, o suspeito já levava consigo a faca. Depois de confessar o violento crime, alegando estar "roído pelo ciúme", o jovem oriundo de Mangualde (Viseu) mostrou-se arrependido. Tarde demais para a rapariga, filha única de um casal de reformados que há anos tinham feito o luto pela morte de outro filho. (..) A vítima e o presumível homicida eram ambos estudantes de engenharia civil da Faculdade de Ciências e tecnologia da Universidade de Coimbra (...). Ele, inconformado com o propósito da rapariga em terminar toda a relação, atraiu-a a um descampado, situado perto do novo parque de campismo da cidade, a pretexto de uma conversa conciliadora. (...)
Paula Carmo, no DN
(19.09.2007)

Em desuso, o crime passional, não é o que eles dizem mesmo, Sofia?! Toda a responsabilização centrada no indivíduo. Mas, afinal, não tem ele toda uma sociedade (masculina) que lhe diz que é legítimo o recurso à violência para resolver conflitos? Não há toda uma sociedade que lhe diz que a namorada, mesmo quando não o quer ser mais, lhe pertence? Não lhe diz que a única voz da mulher só poderá ser o eco da sua? enfim... partilho da tua falta de paciência...

terça-feira, setembro 18

Um miminho para as minhas cusquinhas :)

Não vos faz lembrar nada ?!

:)

terça-feira, setembro 11

Carta aberta a suposições

Queridas cuscas,

Suponham que começam um novo trabalho e que ele implica partilhar tarefas com outra pessoa. Suponham, então, que começam um novo trabalho e que ele implica partilhar tarefas com um homem. Suponham, mais uma vez, que esse homem, está convosco quase tanto tempo quanto o que passam convosco próprias.

Suponham que o homem com quem trabalham horas a fio é daqueles por quem se sente uma empatia imediata. Suponham que a empatia é rirem-se a bandeiras despregadas. Suponham que essa empatia é ressalvar o que cada um tem de melhor. Suponham que, às tantas, passam ainda mais tempo com esse homem e que no dia em que não estão juntos ele vos liga a perguntar como foi o trabalho. Suponham que vocês acham atencioso tal gesto. Suponham que retribuem. Suponham que a atracção é tudo menos física, mas não é bem intelectual. Suponham, então, que simplesmente gostam da companhia. Suponham que acham que, da outra parte, o mesmo – e só o mesmo – acontece.

Agora deixem de supor. Ele convida-vos para irem ao cinema. Vocês, supõem, que não há nada de estranho no convite. Afinal, o trabalho é ao lado do cinema. Continuem sem supor, vocês declinam o convite. E ficam a supor que a suposição de que nada haveria para supor, não deve ser assim tão linear. E começam a supor que há algo a mais do que vontade de ver um filme.

Suponham que esse homem – aquele que trabalha convosco, com quem têm empatia, com quem gostam de estar, por quem não sentem atracção e que vos convida para ir ao cinema, usa uma aliança na mão direita. Suponham que vos pergunta, de aliança na mão, se têm namorado. Suponham que vos diz que, assim sendo, já não vos convida mais para ir ao cinema porque não suporta rejeição. Suponham que esse homem que não suporta rejeição, pergunta, num almoço com mais dez pessoas, se elas acham que aceitar um não é sinal de esperteza ou de falta de persistência. Suponham que se desmancham a rir por saberem que só vocês e o homem da aliança estão a perceber o que realmente se diz.

Suponham que - persistente e com falta de esperteza - ele insinua que vos paga o café em dívida, depois do jantar. Suponham que o trabalho termina antes do jantar. Vocês riem. E ficam a supor se aquilo que ele supõe é evidência de que ele não percebeu o que vocês supuseram.

Suponham que estão tão confusas como as frases deste texto. Suponham que não sabem se se devem deixar de suposições e dizer: eu não quero mais do que ser tua amiga. Ou se devem continuar a supor que, qualquer dia – e esperam que seja já amanhã – ele se deixe de suposições.

Agora deixem de supor outra vez. O que supõem?

Imagem: Robert& Shana ParkeHarrison

Trabalho

do latim tripaliari, torturar



quarta-feira, setembro 5

Dar voz aos feminismos como corrente de pensamento e acção

Dar visibilidade aos feminismos como uma corrente plural de pensamento e de acção na sociedade portuguesa, envolver diversos sectores sociais, culturais, associativos e políticos de forma a que os feminismos se projectem para além das universidades são, alguns dos objectivos do 3º Congresso Internacional Feminista que se realizará em Junho do próximo ano, na Fundação Gulbenkian, em Lisboa.

De acordo com a professora universitária e investigadora Maria José Magalhães, da Comissão Organizadora, a realização deste congresso pretende "possibilitar o debate e a expressão de novas formas de intervenção artísticas e comunicacionais, em torno de novas áreas que envolvam o diálogo intermulticultural entre uma multiplicidade de actores sociais".

O 3ºCongresso realizar-se-á em 2008, precisamente no ano em que se celebram os 80 anos do último Congresso Feminista e da Educação, organizado pelo Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, cabendo, na altura,a intervenção de abertura a Elina Guimarães.

A verdade é que a a chamada "memória histórica" do feminismo foi-se apagando ao longo da década de 50 e a expressão "feminismo" acabaria mesmo por deixar de fazer parte do vocabulário político. Contudo, e segundo Maria José Magalhães, a vitória do "sim" no último referendo sobre a despenalização do aborto proporcionou uma nova etapa às mulheres em Portugal, "enquanto uma das dimensões importantes na determinação dos nossos destinos como mulheres".

Mas para a investigadora e também vice-presidente da UMAR (União das Mulheres Alternativa e Resposta), uma das instituições envolvidas na organização desta iniciativa, o próximo Congresso Feminista justifica-se, "porque ainda se verificam muitas injustiças e discriminações sobre as mulheres, fundamentalmente no acesso ao emprego por parte das jovens que são preteridas face aos homens mesmo com melhores médias e mais formação; no acesso a cargos de chefia, ainda que com maior curriculum ou mérito; no acesso aos lugares de topo na política; na aplicação dos direitos de maternidade, sobretudo no caso das profissões das classes trabalhadoras e nas de carreiras das classes mais eruditas, como as académicas, gestoras empresariais, entre outras".

Apesar de estar em fase de preparação, sabe-se que a comissão promotora integrará diversas personalidades, nomeadamente Lígia Amâncio, Ana Sara Brito, Irene Ramalho de Sousa Santos, Lídia Jorge, Manuela Tavares, Duarte Vilar, Elizabete Brasil e Fernanda Henrique, Helena Araújo , Virgínia Ferreira e Miguel Vale de Almeida.


Joana Bourgard
in JN - 02/09/2007

sábado, setembro 1

Woman or work in Progress?


A exposição colectiva de artistas plásticas femininas, intitulada Woman or work in progress? estará patente no espaço cultural Plano B, na Rua Cândido dos Reis, nº 30, no Porto, até ao dia 30 de Setembro.

Woman or work in progress? - é uma exposição colectiva que resulta num diálogo entre diversas linguagens plásticas, onde se reconhece a individualidade de cada uma destas mulheres, artistas plásticas.

Este encontro de amigas unidas pela arte, tem como objectivo principal, dar visibilidade à mulher no mundo artístico.

Artistas plásticas representadas:
Adriana Castro, Benedita Kendall, Catarina Machado, Daniela Nogueira, Isabel Monteiro, Joana Peres, Joana Rêgo, Marcela de Navascués, Marta Fonseca, Paula Parracho, Sandra Palhares
Comissária: Catarina Machado

Colecção Outono/Inverno

Por muito fúteis e insignificantes que pareçam, as roupas têm (...) outras e mais importantes funções que simplesmente a de nos aquecer. Modificam a nossa visão do mundo e a visão que o mundo tem de nós. Por exemplo, quando o Capitão Bartolus viu as saias de [da] Orlando, mandou imediatamente armar um toldo no convés, insistiu com ela para que comesse mais uma fatia de carne e convidou-a a acompanhá-lo a terra no escaler. Não lhe prestaria tais homenagens se as suas saias, em vez de rodadas, lhe moldassem as pernas como calções. E quando alguém nos presta homenagem, compete-nos retribuir de alguma forma. Orlando inclinava-se numa reverência; aquiescência; satisfazia os caprichos do bom homem (...). Não faltam, portanto, argumentos em favor da ideia de que são as roupas que nos usam e não nós a elas; (...)

O homem tem a mão livre para empunhar a espada, a mulher vê-se obrigada a usar a sua para impedir os cetins de lhe descaírem dos ombros. O homem olha de frente o mundo, como se este fosse feito para seu usufruto e talhado a seu gosto. A mulher deita-lhe um olhar enviesado, cheio de subtileza, ou mesmo de desconfiança. (...) As roupas são apenas o símbolo de algo que se oculta mais fundo.



Virginia Woolf

in Orlando