sexta-feira, julho 6

Mulheres não são mais faladoras do que os homens

O Mito urbano da “mulher faladora” e séries como O Sexo e a Cidade ou Donas de Casa Desesperadas são unha com carne. Mas será que a realidade é igual à ficção?


Parece que não, segundo um novo estudo coordenado por Matthias Mehl, professor de Psicologia na Universidade norte-americana do Arizona.

Este lugar comum tem sido alimentado por jornais e pesquisas supostamente científicas há mais de uma década. Mesmo quando a autora mais citada sobre o assunto, Louann Brizendine, já confessou em entrevista ao The Guardian que a sua afirmação de que as mulheres falam em média “três vezes mais do que os homens” não tem qualquer fundamento.

(…)

Agora, com o trabalho realizado pela equipa de Matthias Mehl, torna-se ainda mais fácil contestar este cliché. Ao longo de seis anos, as conversas diárias de vários alunos mexicanos e norte-americanos (no total, 400) foram gravadas, e as suas palavras contadas uma a uma. Isto envolveu a criação de um dispositivo chamado EAR (“ouvido” em inglês), acrónimo de gravador electronicamente activado, que permitia a captação das conversas.

O estudo é publicado hoje na revista Science, e prova que existem diferenças: de pessoa para pessoa e não de sexo para sexo.

Nos números apresentados pela sua equipa, as mulheres falam uma média de 16.500 palavras, contra 15.669 para os homens. Segundo Mehl, esta diferença não é significativa. “o homem mais falador chegou às 47.000 palavras, e o menos falador disse pouco mais de 500.”

Assim, a ideia de que há um reservatório de palavras ou de que haveria uma diferença nas competências de fala entre os dois sexos motivadas pela evolução está posta de parte.

“O estereótipo sobre a predisposição das mulheres para a conversa e dos homens para o silêncio não tem fundamento”, conclui. Só falta agora a versão masculina destas séries de TV. Porque os homens também falam.


Daniel Santos
in Jornal Público
Imagem: Lichtenstein

8 comentários:

rps disse...

Não é preciso estudo nenhum nem é estereótipo: falam mesmo mais. Pronto.

cuscavel disse...

Como homem que é, o meu caro não conseguia ficar calado, pois não? ;)

Woman Once a Bird disse...

;)

rps disse...

Boa, Cuscavel! Há que reconhecer a derrota.

Alien David Sousa disse...

Cuscavel, achei o estudo interessante mas não me revejo nele e passo a explicar. Revejo-me mais nas séries como o Sexo na Cidade. Ok, não rias! Então e porquê? Porque geralmente passo horas ao telefone com amigas minhas a falar de assuntos de "gajas" que naturalmente incluem homens.

Como tenho um irmão que é apensas dois anos mais novo, é impossível não comparar os nossos comportamentos. O dele sempre foi falar cinco minutos ao telefone para combinar algo com um amigo e pronto! Depois o que falam é lá com eles...falar ao telefone horas foi coisa que nunca vi. Pelo menos enquanto vivíamos juntos.

Só para rires, ainda no outro dia, tive uma conversa que para mim é de "gaja" mesmo. Uma amiga está indecisa sobre que atitude tomar em relação ao um homem. E estivemos 3 horas a esmiuçar o assunto, a ver a "coisa" de todos os ângulos possíveis e imagináveis.

Se fosse um homem, acho que nem 15 minutos perdia ao telefone. lol

Enfim, não sei...talvez seja eu...seja o meu microcosmos;)

Beijinhos

bela lugosi`s dead (F.JSAL) disse...

O estudo é relativo a uma amostra de população norte americana e mexicana...nada tem a ver com a mulher portuguesa ou espanhola, que falam realmente muitissimo menos que os homens. Toda a gente sabe disso, e principalmente no que concerne à mulher portuguesa, é sobejamente conhecida a sua propensão para o silêncio. Boas noites:)

ADMIRADOR disse...

Agora entendi o motivo de seu cvomentario em meu blog...
Concordo com oq diz!
Parabéns!!

Anónimo disse...

Então mulheres com depressões que nao se querem curar sao as que mais falam!