segunda-feira, setembro 29

Uma no cravo outra na... sacadura


Sou feminista? Não, mas defendo a igualdade entre mulheres e homens, mas não sou feminista típica, mas as mulheres são tratadas de uma forma desigual, mas eu não sou feminista típica, mas acho que devem ter as mesmas oportunidades, mas não sou feminista típica, mas devemos muito às feministas (certamente atípicas), mas não sou feminista típica...

"confusões que hoje se atribui ao termo", dizia, não era? Pois. Acho que deu para perceber.

Quem canta consente (15)



Kim Deal no comando dos Pixies
"Gigantic"


*Rita, parece que descobri como editar o tamanho do vídeo :)

"associação contra as gajas"


Amigo/a, parece que vais ter sorte na pesquisa. Com um bocadinho de jeito, até, és capaz de levar daqui uma coisita ou outra que te possa ajudar. Mesmo que não encontres aqui nada, se fosse a ti (não adoram esta expressão? a minha terra é um espectáculo), não me preocupava muito. They're everywhere!

quarta-feira, setembro 24


Divisão de bens entre Adão e Eva
Quando Deus criou Adão e Eva, disse aos dois:
- Tenho dois presentes para distribuir entre vocês: um é para fazer xixi em pé e...
Adão, ansiosíssimo, interrompeu, gritando:
- Eu! Eu! Eu! Eu! Eu quero, por favor... Senhor, por favor, por favor... Sim? Facilitaria-me a vida substancialmente! Por favor! Por favor! Por favor!

Eva concordou e disse que essas coisas não tinham importância para ela. Então, Deus presenteou Adão. Adão ficou maravilhado. Gritava de alegria, corria pelo jardim do Éden fazendo xixi em todas as árvores. Correu pela Praia fazendo desenhos com seu xixi na areia. Brincava de chafariz. Acendia uma fogueirinha e brincava de bombeiro...
Deus e Eva contemplavam o homem louco de felicidade, até que Eva perguntou a Deus:
- E... Qual é o outro presente?

Deus respondeu:
- Cérebro, Eva, cérebro.



* é claro que feminismo não é a batalha dos sexos, mas a anedota tem a sua piada.

É claro que o feminismo não faz sentido nos dias de hoje

Quáse-post

Quáse sobre o festival de cinema


Não sei se foram as gargalhadas no chuecatown (que bom começar com uma história em que o centro não é a miserável vida dos gays que, coitadinhos, só sofrem!), a conversa e a música num pouco agit-ad-o bar do bairro alto, o inusitado de uma bola de berlim regada por cerveja, os pequenos almoços a inaugurar fartamente os dias ou a surpresa do obsceno (sexo explícito com humor, originalidade e - estou capaz de jurar - com a Preciado a espreitar) e a conversa que se seguiu. Não sei se foi o genuíno e caloroso acolhimento de uma casa que não me conhecia ou os cigarros no jardim de inverno. Sei, apenas, que repetiria a overdose (como alguém lhe chamou) de cinema e que quero, com lisboa, cada vez mais queerizar.


ps - com tempo, a ver se cá volto para escrever sobre o obsceno, a pornografia, Preciado e afins. Não vai ser fácil. Há quem diga que dava uma tese ;)

Quem canta consente (14)

ou: ainda o queer(pop) lisboa



Divine
"You're think you're a man"

terça-feira, setembro 23

a pale blue silk dress and vintage purse


"If your vagina got dressed, what would it wear?
A beret
A leather jacket
Silk stockings
Mink
A pink boa
A male tuxedo
Jeans
Something formfitting
Emeralds
An evening gown
Sequins
..."
- from The Vagina Monologues by Eve Ensler

Feel free to add to the list!

quarta-feira, setembro 17

Role Models

Apresentado por Tyra Banks, America’s Next Top Model é um reality show Americano – what else? – que acompanha as transformações de 14 raparigas (a viverem juntas) para se tornarem modelos. A vencedora ganha um prémio de 100.000 dólares, figurará como capa de uma revista e será agenciada pela Elite Model Management. Até aqui, nada de novo, apenas mais uma baboseira. A diferença está no alarido que o dito tem causado porque uma das suas concorrentes é uma mulher transsexual, Isis. Se a Gay & Lesbian Alliance Against Defamation aplaudiu a decisão de Banks de incluir Isis no concurso, “making this historic visibility of trangender people possible”, outros dedicam-se a espalhar alarvidades pelos noticiários, como no FOX News. Fica aqui o vídeo do tal noticiário e (um)a (das) resposta(s) (desconheço autoria) que levou o apresentador, Greg Jarr, a pedir desculpas.



vídeo via Gender Talk

terça-feira, setembro 16

Madonna


75000 pessoas; dores nas pernas e nos pés; dores de cabeça e um recinto do pior, ditaram as regras.


Nem Madonna com o seu " Sticky & Stweet" me fez esquecer tudo isso.


Nota média, para aquele que, apesar de considerado o concerto do ano, em nada se comparou ao de 2004 no Pavilhão Atlantico.


Ainda assim, a Diva da PoP com os seus 50 anos deu um belo espectáculo e provou o porquê de ninguém lhe " roubar " o título.

Da caixa de e-mail








Adenda:

Tenho de confessar o meu lado conservador. Há clássicos que, como uma interrupção da cadeia, queremos manter:


sexta-feira, setembro 12

Tenham medo, tenham muito medo

Tanto post para nada... não é que vieram cá ter por uma pesquisa, no google, por "como destruir uma gaja num segundo"?!

E como se não bastasse, ainda é o primeiro a ser apresentado na pesquisa.


As cuscas estão inconsoláveis.

quinta-feira, setembro 11

Armas de arremesso: feminismo e as eleições (para já) americanas

Maria José Nogueira Pinto, DN

O problema, cara M.ª José, não é o facto de se considerar que uma Palin assim não possa existir, mas Palin existir mesmo. É que esta Palin não só é contra as mulheres decidirem sobre os seus corpos e sobre a sua (não) reprodução, como defende o uso e a disponibilização de armas - e nem sequer se refere exclusivamente às destinadas à (sua adorada) caça de animais.
Dizer que as feministas são contra Palin e o que ela representa - até ver, para a M.ª José, já que liberdade não seria palavra que eu escolheria para caracterizar as suas orientações políticas - é, infelizmente, um argumento que em Portugal pode colar. Movimento descredibilizado e não raramente ridicularizado, o feminismo é coisa com que a maioria não se quer identificar, logo, acaba por não se identificar, igualmente, com as suas escolhas ou orientações (ou, mais propriamente, com as orientações que lhes são atribuídas). Mas tem mesmo de ir por aí? É que me parece um bocadinho precoce iniciar já a sua própria campanha...
E tem toda a razão na parte da fúria de se pensar que esta Palin pode chegar à casa branca. De facto, o pânico é imenso. Até porque há, como bem subentende, uma inveja camuflada. Estamos a vê-la a chegar à casa branca e corremos a rastejá-la. É sabido que as mulheres não suportam ver outra mulher ascender a lugares de destaque. É mesmo isso: a velha máxima das "mulheres contra mulheres". Acertou em cheio. E as feministas são, realmente, as piores. Mas não são as únicas. Ouvi mesmo uma republicana dizer, na tv, que não tinha a certeza de votar McCain porque, como vice-presidente, Palin não iria ter tempo para se dedicar à família e, com um bebé tão pequeno e toda uma família para quem ser "dona-de-casa", não iria ser correcto por parte dela. Afinal, ela estaria a trocar a família pela carreira e a negar a sua função primeira de fada do lar e mãe estremosa. Como vê, mesmo pelas razões mais absurdas se pode ser anti-Palin - e eu não chamaria à republicana feminista.
A questão é que, ao contrário do que quer fazer parecer, não interessa a ameaça de Palin ao "exclusivo esquerdista" ou a sua família, tal como não interessa o seu sexo. Interessam, sim, as suas políticas. E essas é que não interessam a ninguém.

segunda-feira, setembro 8

Assexualidade na primeira pessoa

Para ler no Guardian.co.uk

'We're married, we just don't have sex'
Despite not being physically attracted to other people, Paul Cox, 24, explains how he and his wife found love and happiness as an asexual couple

quinta-feira, setembro 4

Espaço ao sobrenatural (uma rubrica ficcional)™



MFL, ciente da importância e urgência do tema, já respondeu:

"Eu não sou suficientemente retrógrada para ser contra gajos espancarem as suas mulheres. Aceito. São opções de cada um, é um problema de liberdade individual, sobre a qual não me pronuncio".

E continuou: "Pronuncio-me, sim, sobre o tentar atribuir o mesmo estatuto daquele que é um ser para ser espancado, perdão, educado igualmente ao estatuto daquele que é o ser dotado de inteligência superior que pode e deve recorrer à violência para exercer o seu legítimo poder".
"Admito que esteja a fazer uma discriminação porque é uma situação que não é igual. A sociedade está organizada e atribui aos homens um determinado tipo de privilégios, tem determinado tipo de regalias e de medidas fiscais no sentido de promover a família heterossexual e do seu chefe, até porque numa família homossexual como é que sabemos qual dxs gajxs é o homem e qual é a mulher? Fica tudo muito confuso", concluiu.

Quem canta consente (13)




(...) you find your demon's your best friend (...)

Justin Bond and the Hungry Marching Band
"In the end"

(do filme "shortbus")

quarta-feira, setembro 3

E foram felizes para sempre

Queridas cuscas e cuscas das cuscas,
Preciso da vossa sábia ajuda para resolver uma pequenina questão. Claro que não é uma questão minha. Não! Nada disso. É a questão, digamos… de uma amiga.

Prólogo
Essa amiga tem um amigo desde a adolescência, com quem partilhou muitas descobertas dessa empolada fase de vida; desde a passarem férias juntos, a dar um pé de dança aos fins-de-semana, a deixarem-se atropelar pela bebida, a conversar, a encontrarem-se todos os dias no café da terrinha – que mais parecia a sala de estar das casas de cada pessoa daquele grupo de amigos – ou a ter jantares de casais [pois, esqueci-me desta parte: ele começou a namorar com uma rapariga e ela com outro rapaz]. Continuavam a encontrar-se, em grupo, a jantar juntos, a estar no café, dar uns mergulhos juntos no verão and so on.
Nunca falaram daquele verão em que uma espécie de atracção parecia meter-se entre os dois. Sempre souberam que era fruto de verão e, contraditoriamente, verde – não passaria daquilo, nem tinham realmente vontade de saber se passaria daquilo. O fruto apodreceu. Já não se lembrava(m) dele. Ela (a minha amiga, não se esqueçam) e a namorada do amigo (designação possível, já que a dita bem pode ler este blogue ou ter agentes infiltradas) davam-se bem. Sem grandes cumplicidades (que nada tinham que ver com ele), mas sentiam-se confortáveis na partilha da mesa do café ou de um jantar (um deles chegou, até, a ser em casa da tal namorada). Ela (ainda a minha amiga) deixou de namorar e, milagre dos milagres, parece ter-se transformado num monstro que criava na namorada do tal rapaz um igual monstro, mas amarelo [hum... espero que amarelo faça lembrar ciúme; bem, elas percebem]. À minha amiga, as coisas costumam passar-lhe ao lado. Dizem que é distraída; eu digo que deve ter mecanismos de defesa bem afinados e não chega a aperceber-se porque o que não lhe interessa é recalcado. Continuaram, então, a encontrar-se esporadicamente. A minha amiga notava qualquer coisa de murcho no tom do rapaz – logo ele que costumava ser exuberante e estridente – mas achou que era só naquele dia. O que não se apercebeu foi que aquele dia estava a ser todos os dias, desde há algum tempo.
Certo dia, ouviu a minha amiga dizer, ele e a namorada iam casar. Ela - a minha amiga - perguntou ao rapaz, na tal distracção que a caracteriza, se era verdade (sim, ela achava que não sabia porque podia não haver casamento marcado ou, a haver, ainda não havia convites oficiais). Ele disse que sim, num tom notoriamente mais discreto do que lhe era característico. Ela ficou admirada – ele nunca havia falado em casamento ou, a falar, fazia-o num tom de troça e de coisa-distante. Meses depois, ela (sim, a minha amiga) soube que todas as amigas do grupo (mesmo aquelas com quem a noiva não ia jantar, nem partilhava mesa de café, nem nem) tinham sido convidadas. A minha amiga – que mesmo a distracção tem os seus limites – “caiu em si”: não ia ser convidada para o casamento do amigo.


Vamos ao que interessa
Bem, a minha amiga sentiu-se um bocado estúpida: por ter perguntado se iam casar (quando eles já sabiam que não a iam convidar), por ter tentado fazer conversa com a rapariga, a ver como corria o início da vida profissional da noiva [gosto da palavra noiva! ]… enfim, sentiu-se estúpida não por não ter sido convidada (esse adjectivo era para o noivo – ele é que era seu amigo), mas por não se ter apercebido disso mais cedo e por, até se aperceber, continuar a agir da mesma forma com os dois. Agora, o que é que ela pode fazer – e aqui entram vocês:


  • Enviar um naperon bem piroso, como prenda de casamento, e um cartão todo meloso e com desejos de felicidades para eles?
  • Enviar umas algemas com pelinho cor-de-rosa, com um cartão a dizer "porque sei que gostas, querido X e porque, querida Y, também pareces gostar de o ter bem seguro"?
  • Aparecer na igreja, em trajes de fazer o vestido da noiva corar?
  • Dizer à noiva que sente uma especial e incontrolável atracção por homens casados?

Ajudem lá nos delírios da minha amiga e digam, se fosse convosco – ou com uma amiga vossa ;) – o que vos apeteceria fazer?

Imagem: Ray Caesar