segunda-feira, janeiro 29

Bem...

"As mulheres podem tornar-se facilmente amigas de um homem; mas, para manter essa amizade, torna-se indispensável o concurso de uma pequena antipatia física".
Nietzsche .

terça-feira, janeiro 23

O último grito da moda!!!

Alguns truques aqui, algumas diferenças ali, mas as passareles desta temporada apresentaram ,basicamente, uma moda parecida e sincronizada para todos os gostos!
As apostas desta temporada são:
- Vestidos Trapézio: Amplos e bem curtinhos, os vestidinhos no formato trapézio são frescos e confortáveis. Tudo o que precisamos para encarar a estação mais quente do ano!
-Navy: Estilo jet-set, navio e festa em alto mar! A moda pede, riscas, cordas, boinas, nós e lógico: marinho, vermelho e branco.
-Calções: Desde o verão passado, eles resistiram bravamente ao inverno e seguem com tudo neste verão. Os calções são aposta certa para qualquer ocasião variando, é claro, no tecido e no modelo.
-Jardineiras e macacões : Peças obrigatórias! Se existe algum "hit" neste verão, são os looks de maxi-peças que unem regata ou suspensório, a calções, calças e saias formando macacões, e jardineiras. Nos mais variados estilos, os "hits" aparecem do descontraído ao sexy sem pecar nos estampados ou nos tecidos lisos.
-Formas Fluídas: O verão pede frescor e frescor pede formas soltas que se deixam levar. Esta é a máxima para o verão 2007. Fluídos nas saias, nas calças, nos tops, nos vestidos.....
-Mini: Pernas à mostra! É bom começar a cuidar delas. Esta temporada grita: Mini saia! Mini calção! Mini vestido! Ultra-sexy, mega moderno e por que não, meigo! Vulgar? Nunca! Comportada, sempre!
-Arco-Íris: Cores sem pudores. Neste verão elas saltam aos olhos saturadíssimas! Pode tudo! O protagonista? Vermelho berrante!
-Preto: E para quem ainda torce o nariz para toda essa explosão de cores, uma alternativa: o preto. Sim, é verão, a gente sabe. Mas ele veio com força e apareceu em todos os desfiles nos mais variados looks. Pretinho básico, black total, preto e branco, em alguns detalhes.... para todos os gostos!
- Sobreposições: Agora é hora! Sabe quando você quis ousar? Misturar cores, estampados, transparências e recortes? Agora pode tudo! Top com top, legging com saia, bermuda com calção... Faça o que quiser!
-Etnico: Temporada vai, temporada volta e as influências étnicas estão sempre com tudo. Também pudera! Tanta cultura não pode ser assim desperdiçada! E viva as etnias!
-Maximalismo: Já foi dito mas eu repito: Pode tudo! Rendas, bordados, brocados, adamascados, cores, comprimentos, acessórios, volumes...
-Acerte a mão na maquilhagem: Pele estilo cenoura saiu de moda faz tempo. Um bronzeado leve e saudável toma conta do verão, reforçando a idéia do cuidado com a pele e enfatizando os problemas causados pelos malefícios do sol em excesso. Para dar “aquele ar” invista em: Pó iluminador, sombras metálicas e boca rosa. Para contornar os olhos: o lápis branco é o encarregado de abrir o olhar. E para quem não abre mão... o bom e velho batom vermelho segue sendo caliente!
-Cabelos: Quanto mais despenteada a juba, melhor! Looks descontraídos e franjas são a ordem do momento. A nova mania? Perucas! Será que alguém aguenta?

in fashion profile

Agora, mãos á obra. Não quer dizer que se siga á risca, mas fazer os possiveis para andar na moda...e confortaveis!!!


Beijokas

sexta-feira, janeiro 19

Vai uma aulinha de Português?

Porquê (s.m.):
O que está na origem ou explica um acontecimento, um comportamento.
= CAUSA, MOTIVO, RAZÃO.
Exemplos:
- Ninguém entende o porquê de tanta confusão.
- Este porquê é um substantivo.
- Quantos porquês existem na Língua Portuguesa?
- Existem quatro porquês.

Porquê (adv.):
Tem valor semântico causativo em frases interrogativas directas, sendo parafraseável por «por que motivo», «por que razão».
a) Usa-se isoladamente, sem outro constituinte na frase.
Exemplo:
- Não estou interessado. - Porquê?
b) Usa-se como frase infinitiva.
Exemplo:
- Porquê complicar tanto as coisas mais simples?

Por quê:
Sempre que a palavra “que” estiver no final da frase, deverá receber acento, independentemente do que a preceder.
Exemplos:
- Ela não me ligou e nem disse por quê.
- Estás a rir-te de quê?
- Vieste sentar-te aqui para quê?

Por que:
Usa-se por que, quando houver a junção da preposição “por” com o pronome interrogativo “que” ou com o pronome relativo “que”. Para facilitar, poderemos substituí-lo por «por qual razão», «pelo qual», «pela qual», «pelos quais», «pelas quais», «por qual».
Exemplo:
- Por que não me disse a verdade? (= por qual razão)
- Gostaria de saber por que não me disse a verdade. (= por qual razão)
- As causas por que discuti com ele são particulares. (= pelas quais)
- Esta é a causa por que luto. (= pela qual)

Porque (conj.):
Usa-se para ligar frases por subordinação no modo indicativo, e indica na frase que introduz:
a) Causa = como, dado que, visto que.
b) Ausência de explicação lógica ou recusa de a apresentar.
Exemplo:
- Porque é que não falas mais alto? - Porque não.
- Porque é que estás sempre a ver as horas? - Porque sim.
c) Apresenta função de coordenação entre frases independentes, permitindo justificar uma pergunta feita anteriormente, sendo parafraseável por «é que», «acontece que».
Exemplo:
- Estás a pensar ficar até mais tarde? Porque hoje estou sem carro.

Porque (adv. interr.)
Tem valor semântico causativo ou final em frases interrogativas directas, sendo parafraseável por «por que motivo», «por que razão», «com que fim», «com que intenção».
Exemplos:
- Porque saíste sem avisar?
- Porque mentiste?
Tem valor semântico causativo ou final em frases interrogativas indirectas, depois de verbos declarativos, sendo parafraseável por «por que motivo», «por que razão», «com que fim», «com que intenção».
Exemplos:
- Não explicou porque tinha de fazer de novo o trabalho.
- Não sei porque estás tão preocupada.
- Perguntei-lhe porque tinha escolhido aquele curso.

terça-feira, janeiro 16

Um post na ponta da língua

Quem já não ouviu falar de orgasmos vaginais? Não se assustem pelo facto de somente o terem ouvido e nunca experimentado. É que esse aclamado orgasmo vaginal é um mito, diz-nos Anne Koedt em "The Myth of the Vaginal Orgasm" (1970).

É o clitóris, e não a vagina, que está no centro da sensibilidade sexual.

É evidente que existem diversas áreas no nosso corpo despertas para a sexualidade. Freud dizia, até, que a sexualidade da mulher é difusa (dispersa por todo o corpo) por esta não ter um órgão sexual "visível"; logo, não tem uma parte do corpo específica em que "focar" a sua sexualidade – ao contrário do homem que a concentra no pénis.

Apesar destas inúmeras áreas, só existe uma responsável pelo clímax; e essa área é o clitóris. Todos os orgasmos são uma extensão das sensações provocadas por esta área.

E estão vocês a pensar: então e as vezes em que tive um orgasmo sem ter estimulado o clitóris?!
Isso é fruto da vossa cabeça. Literalmente. É que há também a estimulação através de processos mentais primários. Mas, apesar da estimulação poder ser psicológica, os "efeitos" continuam a ser físicos e o orgasmo ocorre, necessariamente, no órgão sexual equipado para o clímax: o clitóris.

Posto isto, caras cuscas, há que meter mãos à obra!

domingo, janeiro 14

A propósito deste post da Alien**

"A publicidade alimenta-se de estereótipos. (…) A publicidade pretende chegar ao maior número possível de gente e tem de utilizar imagens maioritárias, que são as mais retrógradas e resistentes à mudança. Hoje, a imagem que a publicidade dá da mulher não satisfaz nenhuma mulher. (…)

Talvez o problema não seja o facto de a publicidade fazer uso do estereótipo: é que ela fabrica-o, transforma qualquer imagem em estereótipo, de tanto a manusear. O seu carácter e a sua finalidade [persuasiva] obrigam-na a exagerar alguns aspectos em prejuízo de outros.

(…) De tudo o que foi dito não deve deduzir-se que caberia aos profissionais da publicidade ver que o assunto de uma publicidade ilícita ou de qualidade duvidosa [somente a eles] lhes diz respeito. (…)

Vivemos, sem dúvida, numa economia de mercado que não se desenvolve nem progride sem o marketing adequado. Mas, já que há uma certa mercantilização, pelo menos, é inevitável, em vez de nos arrepelarmos e alarmarmos por tudo e por nada, talvez fosse mais eficaz aprendermos a tirar partido das vantagens da publicidade para vender o que vale a pena vender. Vender cultura ou vender valores.

(…) Não só os publicitários, também os poderes públicos e a chamada sociedade civil devem estar alerta e adquirir visão crítica necessária para não se deixarem levar pela inércia publicitária.

(…) a mulher, como publicitária, como política ou como consumista, pode dizer muita coisa e coisas interessantes. Não só denunciando a publicidade machista, que isso já se faz e já temos os publicitários bastante mentalizados a esse respeito*. Sobretudo, contribuindo para que o interesse comum não se identifique automaticamente com o economicamente rentável."

Victoria Camps
In O Século das Mulheres


E vénia lhe seja feita: existem, realmente – e conseguimos lembrar-nos deles- excelentes anúncios institucionais que conseguem efeitos a curto prazo. E não deixa de ser uma venda.

* a autora refere-se à realidade espanhola. Será também a portuguesa?
**ver o post aqui

quinta-feira, janeiro 11

Contradições do não



Se não consegues confiar-me uma escolha,
como podes confiar-me uma criança?


esta imagem foi surripiada. mas ladrão que rouba a ladrão...

segunda-feira, janeiro 8

Arte feita pelas mulheres (1)

A selecção das artistas que configurarão nesta série responde, naturalmente, a critérios aceites por teóricos da arte. Mas, dentro dessa selecção, existirá uma outra que corresponde a juízos valorativos individuais. Às minhas preferências, está visto.Posto isto, apresento-vos:


Barbara Kruger
n. em 1945 em Newark; vive e trabalha em Nova Iorque e Los Angeles.



Esta artista utiliza sobretudo fotomontagens que figuram em placards, instalações de parede, livros, cartazes em autocarros e outros suportes. Kruger recolhe imagens dos meios de comunicação social e dá-lhes um novo contexto, um novo significado. A essas imagens adiciona textos que pretendem subverter mensagens que a cultura capitalista bombardeia constantemente.





Sendo também escritora, Barbara Kruger (B.K.) foi responsável por alguns dos textos mais fortes do "feminismo estético", denunciando e criticando o falocentrismo [característica das sociedades que não só estão dominadas pelo macho (portador do falo) como o preconiza como valor e referência absoluta] nas tradições figurativas e gestuais e nas representações do corpo da mulher - visto como objecto de troca/capitalizado.





Os trabalhos desta activista foram altamente impulsionados pela teoria – que ela própria desenvolvera – de que as mensagens latentes nos média (tal como no cinema) procuram a normalização dos sujeitos (para irem ao encontro dos seus propósitos ideológicos, económicos e sociais); e que são (também) essas mensagens/representações responsáveis pela percepção que temos do sexo feminino (e masculino), bem como do género.


Para travar esta difusão estereotipada, B.K. procurou, em toda a sua obra, desconstruir estas mensagens/representações.


Nas imagens que agora vemos, B.K. utiliza sobretudo os pronomes pessoais "eu"(I), "vós", "tu" (you), "nós"(we), em vez de dizer "a mulher" ou "o homem". E fá-lo deliberadamente para recusar o alinhamento com o género; para permitir que qualquer pessoa (mulher/homem) se identifique com a mensagem, precisamente porque, diz-nos Kruger, a masculinidade e feminilidade não são identidades estanques, mas, antes, objecto de mudança.



Nas suas exposições/instalações espaciais, Kruger usa as paredes, o chão e o tecto como veículos de imagens e textos omnipresentes e de grande formato, cobrindo normalmente toda a sala, excluindo qualquer possibilidade de se "desviar o olhar" - como mostra a fotografia.




Para terminar, um trabalho recente de Barbara Kruger:

... porque a mensagem inerente me parece mais do que apropriada (dada a actualidade política do nosso país – pelo menos quanto à primeira frase).

... e porque é reveladora da força imagética e ideológica da arte de Kruger.

...



Tradução livre das imagens, por ordem de apresentação:
1. Compro, logo existo
2. O teu corpo é um campo de batalha
3. Tu não és tu própria/ próprio
4. Nós não precisamos doutro herói
5. Imagem de parte de uma instalação
6. Pró-vida para os por nascer/ Pró-morte para os nascidos

Mais sobre B.K. aqui
E se ficaram curiosos/curiosas, nada como ir a Serralves ("Anos 80: uma tipologia", onde encontrarão uma obra de Kruger e de outras artistas que aqui vamos mostrar, bem como na exposição que está na biblioteca da fundação: "Corpo como utensílio").






quinta-feira, janeiro 4

Série: Arte feita pelas mulheres

Em 1989 um cartaz das Guerrilla Girls protestava, nas ruas de Nova Iorque, contra o sexismo institucionalizado. Neste caso, nos museus.

A actualidade de há 18 anos é também, ainda que atenuada, a actualidade de hoje. (já tínhamos avisado quanto à redundância!)

E para que o papel da mulher na arte não se apague num corpo objecto; para que não seja mero espelho de uma visão masculina - nua de pluridimensionalidade; para que a mulher (o seu mundo) possa ser matéria de si mesma e, assim, menos falsificada e espartilhada, há que retirá-la da tela – convocando-a - e destacar-lhe o lugar de criadora.

Eis o motivo da série de posts que agora se anuncia.

Fica, portanto, a promessa de, muito simplesmente, mostrar em posts futuros mulheres que se distinguiram na arte do séc. XX e XXI.

… até lá, deixemos a promessa suspensa – como um post que abruptamente acaba numa imagem - na arte deste grupo de artistas anónimo.


Outros posters, das Guerrilla Girls, podem ser vistos aqui.
E aproveitem para cuscar todo o site!