quarta-feira, maio 21

going back home

Público, 20.05.08: Estudo do Conselho Nacional de Educação alerta para a insuficiência de creches e pede políticas que permitam às mães ficar mais em casa

Deixa ver se entendi: temos poucas creches e a forma de resolver isso é... as mães ficarem em casa. Mais creches? Não. Mães em casa, sim.


permitam às mães ficar mais em casa

Diz mesmo “às mães”?!
Claro que diz! Bem sabemos que a ligação da mãe com o rebento é coisa que pai não alcança; sabemos que a mãe tem o instinto de cuidar das crianças; sabemos que é natural que as mães sejam mais cuidadoras, atentas, carinhosas com os filhos e filhas. A natureza dócil e generosa fez das mulheres educadoras.

Toda a gente o sabe! Como negá-lo?
Então que fique a mãe em casa, a dedicar toda a sua inteligência e emotividade aos rebentos. Que estude apenas o que possa ser útil aos filhos e filhas; para poder ajudá-los/as nos trabalhos de casa; que vejam apenas desenhos animados para ter acesso ao imaginário das suas crianças; e que não trabalhem. Isso seria um passatempo muito perigoso para as crias. Já o pai –toda a gente sabe- não se pode dedicar a essa tarefa. Tem de caçar; trazer o sustento para casa. Pode até não passar nenhum tempo em casa, desde que a sustente e crie as condições físicas e materiais necessárias para que a mamã eduque as crianças. Estas estão já habituadas à ausência do papá. Ter o papá em casa é que podia ser perigoso. Que raio de modelo de masculinidade seria esse? Imagine-se as confusões que criaria aos pequenos e pequenas… não queremos que as nossas crianças cresçam confusas. Queremos que tenham tudo em gavetas, bem definido; queremos que saibam desde novas quais os papéis que assumirão quando crescerem. Isso tem já de ir definido, senão o que seria do nosso mundo, senhor?
Vá, mamãs, já chega de brincar a gente grande que trabalha.

Vamos mas é para casa fazer o que melhor sabemos!

a tongue of (no) one's own

Every owner of slaves shall, wherever possible, ensure that his slaves belong to as many ethnolinguistic groups as possible. If they cannot speech to each other, they cannot then foment rebellion and revolution.

...

but I have
a dumb tongue
tongue dumb
father tongue
and English is
my mother tongue
is
my father tongue
is a foreign lan lan lang
language
l/ anguish
anguish

...

Nourbese

O estacionamento exclusivo para mulheres...


E nas dos homens temos esta gentiliza:




Comentários à notícia:

Condenação certa pelo motivo errado... 2008-05-21 / 12:32 por: Atento!
O motivo é errado porque o problema não é o esterótipo das mulheres conduzirem mal, até porque nada indiciava tal afirmação.O motivo certo, aliás reconhecido pelo proprietário do Centro Comercial, é que a gentileza com as senhoras é descriminatória para o género masculino.Só uma mente tortuosa poderia afirmar que a atitude é descriminatória para as mulheres, pois elas teriam o estacionamento facilitado em relação aos homens.

Igualdade? Sim, mas não esquecendo a Verdade! 2008-05-21 / 12:14 por: Josue
Eu acho que TODOS os centros comerciais deviam ter lugares especificos para Deficientes, Idosos, e Mulheres. Não se trata de uma questão de igualdade, trata-se sim de uma questão de Verdade. Quem conduz todos os dias sabe e vê que as Mulheres têm menos capacidade de conduzir e estacionar. Existem excepções como em tudo, também existem homens que conduzem muito mal. E não me venham com as historias das "estatisticas" que dizem que as mulheres têm menos acidentes graves... é um facto que têm menos acidentes graves, mas têm mais acidentes, os chamados "toques" que empatam o transito. Ao menos os Homens quando batem, batem a serio.Desta forma penso que elas deviam de facto ter lugares especificos, bem largos e pertinho das portas. Eu não me importo de andar mais, desde que chegue ao meu carro e não tenha riscos ou amolgadelas pela falta de cuidado que estas têm com o abrir de portas e a estacionar. Sim porque sabemos que os Homens por norma "amam" o seu carro, as mulheres olham para o seu veiculo como "um veiculo libertino de igualdade" .

terça-feira, maio 13

"UMAR-te assim perdidamente" ou... a Caminho do Congresso feminista 2008

12 de Maio_Pulsos de Ferro

Hoje, a luta não é apenas pela conquista, mas também pela conservação dos nossos direitos

Na convicção que o conhecimento da historiografia é um trajecto emancipatório, o ciclo de cinema “UMAR-te assim perdidamente” inaugurou sete dias de fimes e debates com a exibição de “Pulsos de Ferro” (Iron Jewad Angels, de Katja von Garnier) que retrata a luta das sufragistas norte-americanas pelo direito ao voto.

Focando-se na forma como as activistas Alice Paul e Lucy Burns desafiaram as fronteiras políticas -criando uma ala radical que as demarcaria do restante movimento sufragista -“Pulsos de Ferro” culmina com a conquista do direito ao voto em 1920.

Fazendo a ponte com a situação vivida em Portugal, durante o Estado Novo e imediatamente a seguir à revolução de Abril, Irene Pimentel e Fina d’Armada conduziram, num tom intimista e informal, a viagem pela história, cruzando questões de desigualdade social, económica e política dos sexos.

A história foi mote para pensar e debater os movimentos sociais e a situação presente de muitas mulheres, sublinhando-se a forma como a desigualdade entre mulheres e homens é hoje sub-repticiamente mantida e reforçada.

Porque o tema foi também a difícil gestão do tempo ou a dupla jornada de trabalho a que muitas mulheres estão sujeitas -e porque a noite ia longa- a conversa terminou na certeza de que uma luta, por ser antiga, não se pode dizer obsoleta.

(clicar na imagem para aumentar)

domingo, maio 4