quinta-feira, fevereiro 28

Prostituição ou Trabalho Sexual?

Não tinha a minha posição sedimentada acerca da prostituição/ trabalho sexual. O curso livre da UMAR sobre o tema ajudou a clarificar algumas posições e (in)disposições. Os regimes, paritariamente representados (50% abolicionistas, 50% regularizadores – ou pela normalização, como também chamaram – e aqui apetecia-me fazer um parênteses dentro de outro parênteses que isto da normalização faz muita comichão, mas adiante), dizia: os regimes, paritariamente representados, forneceram informações e argumentos provenientes tanto de estudos académicos como de activismo junto das mulheres. Ouviu-se, atenta e sedentamente, as diferentes perspectivas.

O discurso abolicionista soou a déjà vu: já (ou)vi isto em qualquer lado… pois (ou)vi. Foi na campanha pela des-penalização do aborto. Ora se numa campanha determinado argumento é válido, pode deixar de o ser em algo que, aparentemente desligado, se reduz a princípios semelhantes?

Senão vejamos:

Se é argumentado o direito das mulheres decidirem sobre os seus corpos, na IVG, porque não é válido para o trabalho sexual?

A regulamentação não aumenta a IVG, mas aumentaria a prostituição?

Defendermos a autonomia e liberdade das mulheres na decisão de fazer ou não uma IVG é válido mas já não é noutros decisões sobre os seus corpos/ vidas?

Rejeitar paternalismos na IVG é seguro e vamos nós a correr defender a prostituta que não sabe que/como é vítima?

Se histórias de vida, entrevistas em profundidade com trabalhadoras do sexo revelam que elas querem a regulamentação vamos nós dizer-lhe o que é melhor para elas? Nós, as iluminadas?

Dizer “alguém quer que a sua filha faça um aborto?”, como forma de propagandear o NÃO é repugnante mas é válido dizermos “alguém quer que a sua filha seja prostituta?”?

Não parece o mesmo que mostrar imagens de fetos? Em que é que isso ajuda quem está grávida e tem de decidir o que fazer? Em que é que isso ajuda quem trabalha na prostituição?

Dizermos nós o que é melhor para cada mulher; dizer que uso ela deve fazer do seu corpo, da sua vida não será elitismo nosso?

Estaremos isentas da moral em que fomos socializadas? Não será a visão da prostituta como vítima moralismo nosso?

Não será reforçar a visão tradicional da sexualidade da mulher? Uma visão sentimentalista, de passividade…?

Misturar tráfico, prostituição e abuso sexual num mesmo saco, não será como mostrar fetos de 20 semanas e dizer que tem 10? Não será manobra de distracção e sensacionalismo?

Se é válido o argumento que o aborto não desaparecerá, logo há é que criar condições para que seja feito em segurança, não o é para o trabalho sexual – se este nunca deixará de existir?

Achar que o argumento do NÃO de que o investimento deve é ser feito na prevenção/ educação sexual é falacioso e já não o é para a prostituição?

O abolicionismo luta contra a estigmatização ou aumenta-a por estar sempre a dizer que as mulheres que são e querem ser prostitutas são coitadas?

Não será continuar o já iniciado há séculos, com a separação da mulher boa da mulher má/ pecadora?

Não permitirá a regulamentação uma visão desmistificada destas mulheres e desta actividade/ profissão?

... que acham ocêses?

sexta-feira, fevereiro 22

Mulher Sem Tempo Para o Ser

Hoje venho dar a conhecer um novo blog!
Um blog que pretende abordar o tema " Mulher".
Um blog que pretende recolher opiniões não só de mulhheres mas também de homens.
Um blog que servirá de desabafo.

Porque uma mulher não é só mulher!

E porque o tempo é importante para o equilibrio de uma pessoa!!!

Mulher Sem Tempo Para o Ser

Bem Hajam!

quarta-feira, fevereiro 20

Novo prazo para inscrições: 4 de Março

Na "ROTA DOS FEMINISMOS" ou...a caminho do CONGRESSO FEMINISTA 2008

Tal como Maria Lamas percorreu Portugal nos anos de 1940 para conhecer as alegrias, os trabalhos e as dores das mulheres do seu tempo, também a UMAR, a Comissão Organizadora e Promotora do CONGRESSO FEMINISTA 2008, nos dias 7, 8 e 9 de Março, na “ROTA DOS FEMINISMOS”, ruma às cidades e vilas portuguesas, na demanda dos sentires e dos quereres das portuguesas do séc. XXI.
Avançaremos quilómetros de olhos e ouvidos ávidos de diálogo com mulheres e raparigas; de ouvir as suas vozes; de conhecer os seus quotidianos.

Ouviremos o que significa hoje ser feminista no Minho, nas Beiras, no Alentejo, no Algarve, assim como em cidades como Coimbra, Braga, Porto, Setúbal e Lisboa.

Questionaremos se a nossa acção como feministas tem eco nas suas vidas, se o feminismo tem sentido para elas, se faz alguma diferença.
Procuraremos conhecer as suas aspirações, desejos e expectativas, trazendo, no banco da frente, valiosos contributos para pensar a agenda feminista no CONGRESSO FEMINISTA 2008, a realizar-se a 26 e 27 de Junho na Fundação Gulbenkian e 28 de Junho na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa.

No mês em que se celebra o Dia Internacional da Mulher, vamos espalhar o feminismo!
DIA 1: Sexta-feira, 07.03.08
7:00 Partida do PORTO
8:30 VALENÇA
9:30 MELGAÇO
10:30 VALENÇA
11:00 CAMINHA
12:00-13:00 VIANA DO CASTELO
14:00-17:00 BRAGA Almoço + actividade na Universidade do Minho
18:30 VILA NOVA DE FAMALICÃO
20:00 PORTO Jantar e dormida

DIA 2: Sábado, 08.03.08 DIA INTERNACIONAL DA MULHER
7:00 Partida do PORTO
9:00-10:00 VOUZELA
11h-13h45 TONDELA Almoço
14h30-16:00 COIMBRA Actividade no Parque verde da cidade
17:00-18:00 SANTARÉM Actividade na Escola Superior de Educação
20:00 ÉVORA Jantar
BEJA Dormida na Pousada Juventude


DIA 3: Domingo, 09.03.08
9:30 Partida de BEJA
10:30 SERPA Actividade
12:30-15:00 ALMODÔVAR Almoço
17:00-18:00 S. BRÁS DE ALPORTEL
20:30-23:00 SETÚBAL Jantar
23:00 Regresso ao Porto

Em todos os locais de paragem, à excepção dos de partida, há actividades dinamizadas por associações locais. Contactos/ inscrições: Artemisa Coimbra: 967512334/ ascoimbra@netcabo.pt; Ilda Afonso: 918139163/umarporto@sapo.pt

Mais informações em http://www.congressofeminista2008.org/

Tão certo como 1+1 ser igual a...

terça-feira, fevereiro 19

O que para aqui vai

... e fiz o teste duas vezes. Parece que deu... rosa.



#1 Anarcha-feminism:
Anarcha-feminism recognizes the patriarchal domination of women as a key part of a society thoroughly founded on hierarchy and coercion, and seeks to organize women with other oppressed groups - in particular, workers and people of color - as part of a systematic fight against all forms of hierarchy, domination, and government.

#2 Eco-feminism:
Theory that rests on the basic principal that patriarchial philosophies are harmful to women, children, and other living things.

#3 Radical feminism:
Radical feminist analysis identifies patriarchal sexual politics as a fundamental organizing principle pervasive in all aspects of modern and historical societies. Radical feminist activism works to organize a mass movement uniting women to abolish sex-class on political, economic, and cultural levels.

domingo, fevereiro 17

Cursos Livres UMAR


Prostituição/Serviços Sexuais (23 de Fevereiro)
Convidada(o)s:
Manuel Carlos Ferreira da Silva (NES/UM)
Isabel do Carmo
Helena Neves (Univ. Lusófona)
Teresa Puerta Pelayo (Colectivo Hetaira)


Tráfico de Mulheres (12 de Abril)
Convidada(o)s:
Isabel Varandas (CIG)
Madalena Duarte (CES/UC)
Lorenzo Bordonaro (CEAS/ISCTE)
Medina Omarkhanova (Solidariedade Imigrante)

INSCREVE-TE!

mais informações em: http://www.umarfeminismos.org/

quinta-feira, fevereiro 14

International Feminisms in Historical Comparative Perspective, 19th-20th centuries

25 February, 2008 – 9,00h
Polivalente Room
Instituto Ciências Sociais, Universidade de Lisboa

Ver programa aqui. mentira. É aqui.

quarta-feira, fevereiro 6

Sedução| conspiração


O “Público” dava-o como um filme acerca DO desejo feminino. Enrijeci -as generalizações abusivas costumam ter esse efeito. Fui, reticente, vê-lo, mas saí exclamatória. Apesar de não ser sobre O desejo feminino (havia dúvidas?), é sobre os desejos de uma mulher (que deixá-lo no singular é ceder ao marketing enganoso dos filmes – desejo=sexo): o que ela quer desejar, o que teme desejar, o que deseja não temer, o que deseja desejar… E a forma de construir o enredo à volta destes quereres é absolutamente deslumbrante. Cuscas, não deixem de ver o filme!

sexta-feira, fevereiro 1

Estudos Feministas e Cidadania Plena

Só para lembrar que está quase e... deixar um link para uma notícia, saída hoje no "Ciência Hoje", sobre o colóquio.


8 e 9 de Fevereiro,
Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra

Programa