domingo, abril 29

Arte feita pelas mulheres (4)

GUERRILLA GIRLS

Formado em 1985, Guerrilla Girls é um grupo anónimo de mulheres que usa pseudónimos de artistas já mortas (como Frida Kahlo, Eva Hesse, Rosalba Carriera ou Gertrude Stein) e que se faz aparecer em público usando máscaras de gorilas. Essas máscaras são uma forma de desviar a atenção das suas personalidades e focá-la nos assuntos que abordam.

Usando posters, livros, autocolantes, etc., as gueerilla pretendem expor o sexismo e o racismo na política, arte, cinema e cultura em geral. Para tal, utilizam sobretudo o humor, por ser uma forma de provocar discussão e mostrar que o feminismo não tem de ser sisudo.

Sim, porque assumem-se feministas. Acrescentam, até, que nunca compreenderam muito bem porquê a relutância face à designação, já que as mesmas pessoas que dizem não ser feministas são aquelas que apoiam questões feministas.

Na primeira pessoa:
"Vocês usam muitas vezes «the "f" word» [f usado para designar as palavras feminismo e fuck]. São feministas? Precisam as mulheres de ser feministas?"
Ohhhh, «the "f" word».... Nós acreditamos que o feminismo é uma forma fundamental de olhar o mundo e reconhecer que todos devem ser "iguais". É um facto histórico que, durante séculos, as mulheres não tiveram os mesmos direitos e privilégios do homem; e é tempo de isso acabar! Apesar das enormes conquistas das mulheres nos últimos 100 anos, a misoginia está ainda intricada na nossa cultura. Nós achamos que esta é a primeira razão que justifica a necessidade do feminismo, independentemente da forma que assuma – reconhecemos que existem vários – já que apoiamos a maior parte deles.

Outros relatos como este, a história da criação do grupo e (outros) trabalhos desenvolvidos pelas Guerrilla Girls podem ser vistos – para variar um bocadinho – para além do site oficial (ali na barra lateral), no vídeo no post abaixo.

Arte feita pelas mulheres (4): continuação

Guerrilla Girls por Guerrilla Girls:

"The Guerrilla Girls at the Feminist Future Symposium, MoMA"

quarta-feira, abril 25

And the winner is: CUSQUICES DE GAJAS!!!!

A alien, que tem posts que parecendo de outro mundo retratam tão bem o nosso, premiou-nos com o "thinking blogger award".

Aparte agradecimentos, feitos babosamente em sede própria, cabe-nos agora escolher cinco bloggers que nos façam pensar.

Ei-las, pois, sem mais demoras:



... Será mesmo preciso dizer que muitas outras poderiam - e mereceriam! - ser nomeadas?

segunda-feira, abril 23

Chafurdando em estatísticas...

... descubro que se a situação da mulher no mercado de trabalho pudesse figurar num quadro, a pintura não seria difícil. Bastava tinta preta. É que o cenário é sombrio:

Temos mais dificuldade em arranjar emprego - muito embora existam mais mulheres habilitadas (licenciaturas e mestrados).

Quando conseguimos emprego, recebemos menos que um homem, em tarefa igual.

Depois, se há alguém que tem de abandonar o emprego(-num-palheiro), para cuidar dos filhos, esse alguém é normalmente a mulher.

Permanecemos circunscritas a actividades normalmente desenvolvidas por mulheres (área administrativa; profissões intelectuais e científicas; serviços e vendas).

E os cargos de chefia continuam a ser-nos barrados - por um tecto de vidro.

Já para não falar que continuamos a acumular o trabalho com as actividades domésticas... e que elas não são remuneradas...

Mas que isto não soe a vitimação. As estatísticas servem, na minha visão, para reconhecermos a posição que ocupamos; o papel (escrito por outros) que desempenhamos. Serve, acho e espero, para reescrevermos esse papel.

E servem também - pronto, confesso - como desculpa para, de vez em quando, linkar coisas interessantes. Como - deixa lá ver... assim de repente... já sei! -um artigo do expresso emprego. Passem lá. E aproveitem para ver outros artigos relacionados com mulheres no trabalho.


Por aqui, havemos de voltar ao tema!

Imagem: Helena Almeida


sábado, abril 21

Quem canta consente (1)

Ani DiFranco
"Not A Pretty Girl"

I am not a pretty girl
that is not what I do
I ain't no damsel in distess
and I don't need to be rescued
so put me down punk
maybe you'd prefer a maiden fair
isn't there a kitten stuck up a tree somewhere

(...)

I am not a pretty girl
I don't want to be a pretty girl
no I want to be more than a pretty girl

(Não estranhem o csi... era o único vídeo com esta musica)

terça-feira, abril 17

"Se fosse uma personagem do Sexo e a Cidade, qual seria?"

As cuscas fizeram o teste… e descobriram um homem infiltrado no "Cusquices"!



Cuscólica Anónima

Você até é muito descontraída e divertida, mas no que diz respeito às relações gosta de sentir compromisso e seriedade. Ainda pensa muito no passado e isso impede-a de andar para a frente. É inteligente mas deixa-se levar pelo coração.

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Cuscarédo

Para si, os homens estão entre o desporto e a colecção de cromos. Hedonista, gosta essencialmente de se divertir. Não perde tempo a planear o futuro e só acredita em relações intensa mas fugazes.

(Como pôde à Cuscarédo, toda Charlotte, ter dado a Samantha?????)
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Cuscaróis e Cuscavel

Você tem um espírito independente e proclama alto e bom som que o amor não é prioridade – o que não deixa de ser verdade, mas esconde também algum medo de ficar só. É muito opinativa e mesmo sarcástica.

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CusKiss

Você é sofisticada e amante de festas. Vive perfeitamente com as suas diferenças e opções de vida. É divertida mas é igualmente um bom ombro amigo.
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Pronto, confesse-se que não foi cada uma das cuscas a resover o seu próprio teste... Teria dado diferente? hum...

segunda-feira, abril 16

Cusca com mau feitio

Detesto este tempo... ora calor... ora frio... nunca sei o que hei-de vestir...

Venha o calor de uma vez... e rápido...

sexta-feira, abril 13

Violência doméstica

“A violência contra as mulheres é talvez a mais vergonhosa violação dos direitos humanos. Não conhece fronteiras geográficas, culturais ou de riqueza. Enquanto se mantiver, não poderemos afirmar que fizemos verdadeiros progressos em direcção à igualdade, ao desenvolvimento e à paz.”
Kofi Annan, Secretário Geral das Nações Unidas

É na família, na intimidade do lar, que as mulheres sofrem grande parte da violência de que são alvo.

As mulheres são maltratadas, não só quando agredidas fisicamente, mas também quando são objecto de insultos, humilhações, abandono e ameaças. Este tipo de maus-tratos pode deixar marcas tão profundas como as que deixam os espancamentos ou feridas.

O agressor é quase sempre o marido ou companheiro mas também pode ser o pai, irmão, padrasto, filho ou outros familiares.

Em Portugal, por semana, cerca de seis mulheres são vítimas de crimes contra a vida.

Os maus-tratos físicos são formas de agressão desde a bofetada, soco, pontapé até espancamentos, agressões com objectos e armas. É uma ofensa tão grave que a lei portuguesa a considera fundamento para pedir o divórcio.
O Código Penal português prevê e pune os crimes de violência contra a família. O artigo 152 º do Código Penal atribui ao crime de maus-tratos, físicos e psíquicos, a natureza pública, punindo com pena de prisão de 1 a 5 anos quem infligir maus-tratos físicos ou psíquicos ao cônjuge ou a progenitor ou descendente comum em 1º grau. Dado tratar-se de crime de natureza pública, este crime não carece de queixa mas tão só de denúncia e os agentes da autoridade não podem deixar de tomar conta da ocorrência e comunicá-la ao Ministério Público para instauração de inquérito.

Qualquer pessoa pode denunciar, na esquadra ou posto local próximo, caos de violência domésticos ou maus-tratos em geral. As autoridades policiais são obrigadas a comunicar ao tribunal e a protecção das testemunhas está assegurada pela lei relativa à protecção de testemunhas.

Muitas mulheres sentem vergonha quando são vítimas de agressão, calando-se e afastando-se das pessoas que a rodeiam, o que as torna mais vulneráveis e à mercê do agressor e também devido à dependência económica e ao receio de novas agressões, o que faz com que o agressor se sinta impune e repita a agressão. A violência contra a mulher não é um problema que só respeita ao casal: é um problema social.

O velho ditado “entre marido e mulher não se mete a colher” não pode ser mais falso quando se trata deste crime. Muitos homens receiam o conhecimento público dos seus actos violentos e hesitarão cometê-los se souberem que serão denunciados quer pela vítima quer por alguém que tome conhecimento deles.

A violência contra as mulheres é uma violação dos direitos humanos fundamentais: da liberdade, da integridade física, da dignidade individual e da própria vida.

Cabe a cada um/a de nós mudar esta realidade....

http://www.mdmulheres.com/violencias.html

É por isto que temos de continuar a lutar pela mulheres que sofrem em silêncio e encorajá-las a lutarem pela sua liberdade!!

terça-feira, abril 10

Arte feita pelas mulheres (3)

Post especialmente dedicado ao senhor ou senhora que cá veio parar através da pesquisa "gajas com vaginas".


VALIE EXPORT
n. em 1940 em Linz; vive e trabalha em Viena e Colónia.

VALIE EXPORT (sempre em maiúsculas) foi a identidade adoptada pela artista em 1967: “Export significa sempre e em toda a parte. Significa Export(ação) de mim mesma. Não queria usar nem o nome do meu pai nem o nome do meu marido. Queria encontrar um nome só meu”.



Ao querer que o seu nome “escrito sempre em maiúsculas”, a artista pretendia dar-lhe a força de um manifesto e, simultaneamente, a qualidade de logótipo. Juntamente com a legenda “MADE IN AUSTRIA”, o nome transmitia, assim, a ideia de que a produção de arte é também produção de bens de consumo, e ligava essa ideia à questão de como as mulheres são construídas como objectos de consumo tanto dentro como fora do mundo da arte. *





Os seus trabalhos, independentemente da forma que assumem (vídeo, performances, documentários, esculturas, fotografias) têm como veículo privilegiado o corpo - transporte de novas percepções e codificações; utensílio para chocar (confrontar) o público com a realidade da hipocrisia erótica, com a destruição e agressão.

Autora de diversos textos sobre mulheres e arte, VALIE, no seu "Women´s Art: A Manifesto" escreve "deixemos as mulheres falarem para que possam encontrar-se a si próprias".


Aqui, prompomo-nos fazer isso mesmo: deixar, tão-somente, que as imagens da arte de VALIE EXPORT falem por si (e de si, só as legendas) - para que a encontremos enquanto se econtra com ela:



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"Tap und Tastkino" (Touch Cinema) (1968)

A imagem revela parte de uma série de acções de rua em que VALIE "veste" uma miniatura de um palco que deixa as suas mamas nuas mas escondidas. Com um megafone, o público era encorajado a aproximar-se e a tocar o que se escondia por detrás do pano do palco. Desta forma, VALIE chamava a atenção para a objectivação do corpo da mulher na "sociedade do espectáculo".

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"Genital Panic" (1969)

Nesta "acção" a artista invade um cinema pornográfico de Munique, envergando o traje e arma que mostra a fotografia e, dirigindo-se à audiência, anuncia que verdadeiros genitais femininos estariam disponíveis para fazerem com eles o que quisessem. A reacção do público foi um abandonar silencioso do cinema...



Como nós agora abandonamos este post?

...

Legendas das Imagens, por ordem de apresentação:

1. Smart- Export

2. Body Sign

3. Erwartung

4. Tapp - und tastkino

5. Valie Export and Peter Weibel

6. Genital Panic

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* in "Mulheres Artistas", Editora: Tachen

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mais informações aqui; ou aqui ou...

terça-feira, abril 3

Pensamento

O que teria acontecido se fossem três "Rainhas Magas" em vez de três Reis Magos???

* Teriam perguntado qual o caminho para chegarem lá! ( não demorariam tanto...)
* Teriam chegado a tempo e horas! ( Lá está...)
* Teriam ajudado no parto! ( ora bem...)
* Teriam feito uma limpeza Enorme no estábulo!( asseadinhas...)
* Teriam levado presentes com Enorme utilidade! ( porque nós pensamos sempre nisso)
* Teriam levado comidinha caseira para todos! ( não sei é se chegava ao destino...lol)


Depois de sairem o que diriam??

* Vocês viram as sandálias que a Maria estava a usar com aquela túnica??
* Como é que ela pode deixar aqueles bichos todos dentro de casa??
* Vocês acham que ela vai devolver as embalagens onde levamos a comidinha?
* O menino não se parece nada com o José...
* Virgem o caraças...eu lembro-me muito bem dela na faculdade...
* E o burro?? Está mesmo nas ultimas...
* Disseram-me que o José está desempregado...


Não é ser fofoqueiras! Não é querer dizer mal!!
Mas gostamos de comentar aquilo que vemos!
Muitas vezes nem é por maldade, é só para a risota!
A verdade é que nós somos super mulheres! Arranjamos tempo para fazer tudo e ainda estar atentas ao que nos rodeia!