Arte feita pelas mulheres (3)
Post especialmente dedicado ao senhor ou senhora que cá veio parar através da pesquisa "gajas com vaginas".
n. em 1940 em Linz; vive e trabalha em Viena e Colónia.
Os seus trabalhos, independentemente da forma que assumem (vídeo, performances, documentários, esculturas, fotografias) têm como veículo privilegiado o corpo - transporte de novas percepções e codificações; utensílio para chocar (confrontar) o público com a realidade da hipocrisia erótica, com a destruição e agressão.
Autora de diversos textos sobre mulheres e arte, VALIE, no seu "Women´s Art: A Manifesto" escreve "deixemos as mulheres falarem para que possam encontrar-se a si próprias".
Aqui, prompomo-nos fazer isso mesmo: deixar, tão-somente, que as imagens da arte de VALIE EXPORT falem por si (e de si, só as legendas) - para que a encontremos enquanto se econtra com ela:
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"Tap und Tastkino" (Touch Cinema) (1968)
A imagem revela parte de uma série de acções de rua em que VALIE "veste" uma miniatura de um palco que deixa as suas mamas nuas mas escondidas. Com um megafone, o público era encorajado a aproximar-se e a tocar o que se escondia por detrás do pano do palco. Desta forma, VALIE chamava a atenção para a objectivação do corpo da mulher na "sociedade do espectáculo".
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"Genital Panic" (1969)
Nesta "acção" a artista invade um cinema pornográfico de Munique, envergando o traje e arma que mostra a fotografia e, dirigindo-se à audiência, anuncia que verdadeiros genitais femininos estariam disponíveis para fazerem com eles o que quisessem. A reacção do público foi um abandonar silencioso do cinema...
Como nós agora abandonamos este post?
Legendas das Imagens, por ordem de apresentação:
1. Smart- Export
2. Body Sign
3. Erwartung
4. Tapp - und tastkino
5. Valie Export and Peter Weibel
6. Genital Panic
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* in "Mulheres Artistas", Editora: Tachen
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2 comentários:
Sim, agrada-me esta "arte manifesto"... Gosto do modo como se apropria dos estereótipos para os expôr, de modo tão "deseducado" e irreverente! E parece-me particularmente curioso esse acto da invasão do cinema. Desarmou totalmente o voyeurismo masculino - tornou-o literalmente impotente - ao converter a presa em predadora... Isso valia um post autónomo, não achas querida Cuscavel?
Irreverente, sim. Acho que se passasse na rua e visse uma mulher com um homem pela trela ia achar que era maluca. Uma dificuldade ou algo a favor do "manifesto" que envolve a arte?
Aproveito para confessar que o "converter a presa em predadora" me pareceu lapso teu a escrever. Mas não. Era mesmo isso e não o converter predador em presa - vestígios do (meu) falocentrismo? E quanto ao (realmente merecido)post autónomo porque não no teu blog? É preciso password para aceder?
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