NÓS PARÁMOS... PARA PODERMOS AVANÇAR.
"Estou capaz de jurar que vi, pelo menos, uma pessoa a sair do metro com a mão na consciência". O tom era jocoso, mas nem por isso a afirmação era menos verdadeira. Se as pessoas que passavam hoje, por volta do meio-dia, na estação de metro da Trindade, no Porto, não saíram com opinião formada acerca do acesso de casais do mesmo sexo ao casamento civil, pelo menos pensaram no assunto. Aproximadamente 30 pessoas estendiam-se pela estação de metro, vindas de Braga, de Aveiro, de Lisboa. Nada de invulgar, num local de passagem. O inusitado era o "congelamento" daquelas pessoas. Como se o tempo simplesmente parasse – como a legislação parada no tempo – chamadas telefónicas pareciam suspensas; o passo interrompido; o olhar preso. Por minutos, a estação estacou perante o congelamento daquelas pessoas. Os pescoços torciam-se admirados; o passo desacelerava para observar aquela gente parada com cartazes na mão; e mesmo os olhares (como os pensamentos) que tentavam escapar à frase que espicaça - "acesso ao casamento civil" – logo embatiam num novo cartaz e a fuga era impossível. Um grupo de estudantes comentava: "não sei se já repararam, mas estamos no meio de uma manifestação pelo casamento homossexual". "Estou capaz de jurar que vi, pelo menos, uma pessoa a sair do metro com a mão na consciência" – a frase ecoa.
A comunicação social também compareceu, ainda que em quantidade tímida. Entrevistavam a Maria José Magalhães quando um fiscal que por ali pairava ameaçou chamar a polícia. Afinal, parece que não é permitido escrever-se uma conversa. O incómodo com a entrevista sublimava o visível incómodo com a acção.
Que possa este incómodo ser extensivo aos deputados e deputadas da Assembleia da República. E que amanhã, no momento da votação dos projectos de lei que aprovam o casamento entre pessoas do mesmo sexo, possam esses deputados e deputadas cadenciar, em consciência e sem qualquer disciplina de voto a deter o movimento, a marcha rumo à igualdade e cidadania plena.
O Porto parou. E agora, senhores deputados e deputadas, podemos avançar?
A comunicação social também compareceu, ainda que em quantidade tímida. Entrevistavam a Maria José Magalhães quando um fiscal que por ali pairava ameaçou chamar a polícia. Afinal, parece que não é permitido escrever-se uma conversa. O incómodo com a entrevista sublimava o visível incómodo com a acção.
Que possa este incómodo ser extensivo aos deputados e deputadas da Assembleia da República. E que amanhã, no momento da votação dos projectos de lei que aprovam o casamento entre pessoas do mesmo sexo, possam esses deputados e deputadas cadenciar, em consciência e sem qualquer disciplina de voto a deter o movimento, a marcha rumo à igualdade e cidadania plena.
O Porto parou. E agora, senhores deputados e deputadas, podemos avançar?
9 de Outubro_Metro da Trindade_Porto
1 comentário:
Obrigado pela vossa nota no Gayfield, que já deixou por lá a resposta. Mas voltaremos aqui, até para ver o que se vai vendo de novo... Bjinhos e Abços,
Enviar um comentário