sexta-feira, janeiro 19

Vai uma aulinha de Português?

Porquê (s.m.):
O que está na origem ou explica um acontecimento, um comportamento.
= CAUSA, MOTIVO, RAZÃO.
Exemplos:
- Ninguém entende o porquê de tanta confusão.
- Este porquê é um substantivo.
- Quantos porquês existem na Língua Portuguesa?
- Existem quatro porquês.

Porquê (adv.):
Tem valor semântico causativo em frases interrogativas directas, sendo parafraseável por «por que motivo», «por que razão».
a) Usa-se isoladamente, sem outro constituinte na frase.
Exemplo:
- Não estou interessado. - Porquê?
b) Usa-se como frase infinitiva.
Exemplo:
- Porquê complicar tanto as coisas mais simples?

Por quê:
Sempre que a palavra “que” estiver no final da frase, deverá receber acento, independentemente do que a preceder.
Exemplos:
- Ela não me ligou e nem disse por quê.
- Estás a rir-te de quê?
- Vieste sentar-te aqui para quê?

Por que:
Usa-se por que, quando houver a junção da preposição “por” com o pronome interrogativo “que” ou com o pronome relativo “que”. Para facilitar, poderemos substituí-lo por «por qual razão», «pelo qual», «pela qual», «pelos quais», «pelas quais», «por qual».
Exemplo:
- Por que não me disse a verdade? (= por qual razão)
- Gostaria de saber por que não me disse a verdade. (= por qual razão)
- As causas por que discuti com ele são particulares. (= pelas quais)
- Esta é a causa por que luto. (= pela qual)

Porque (conj.):
Usa-se para ligar frases por subordinação no modo indicativo, e indica na frase que introduz:
a) Causa = como, dado que, visto que.
b) Ausência de explicação lógica ou recusa de a apresentar.
Exemplo:
- Porque é que não falas mais alto? - Porque não.
- Porque é que estás sempre a ver as horas? - Porque sim.
c) Apresenta função de coordenação entre frases independentes, permitindo justificar uma pergunta feita anteriormente, sendo parafraseável por «é que», «acontece que».
Exemplo:
- Estás a pensar ficar até mais tarde? Porque hoje estou sem carro.

Porque (adv. interr.)
Tem valor semântico causativo ou final em frases interrogativas directas, sendo parafraseável por «por que motivo», «por que razão», «com que fim», «com que intenção».
Exemplos:
- Porque saíste sem avisar?
- Porque mentiste?
Tem valor semântico causativo ou final em frases interrogativas indirectas, depois de verbos declarativos, sendo parafraseável por «por que motivo», «por que razão», «com que fim», «com que intenção».
Exemplos:
- Não explicou porque tinha de fazer de novo o trabalho.
- Não sei porque estás tão preocupada.
- Perguntei-lhe porque tinha escolhido aquele curso.

7 comentários:

DomingonoMundo disse...

A aula vem a propósito. Os erros, quanto a este aspecto, são frequentes. Só para referir um exemplo, quando o sporting ganhou o campeonato, há uns anos atrás, os "intelectuais" da Juve Leo apareceram com o lema "Só eu sei porque não fico em casa"... A frase apareceu em cachecóis e camisolas, os Media, por seu lado, pespegaram o grito da claque na primeira página de jornais, e ninguém – NINGUÉM! - explicou que era um erro e um pontapé na gramática; deveria ser, neste caso, “por que não fico...” Daqui se depreende que, quando o sporting ganha campeonatos, quem perde é língua portuguesa!

cuskiss disse...

A língua Portuguesa é complicada...e agora com essas novas defenições que ninguém compreende...

Beijokas

rps disse...

Bela aula.
O segredo, contudo, não está só em saber como é, mas em, quando não se sabe, encontrar uma alternativa.

Alien David Sousa disse...

cuscaróis, e quanto é que tenho de pagar por esta aula de português?;)
bjs

AFSC disse...

Uma boa aula de bom português (com todos os seus aspectos complexos) é sempre bem vinda, gostei :)

cuscólica anónima disse...

Porquê é que a língua portuguesa é tão complicada?!

Bom post :)

cuscavel disse...

A estas aulas - e com esta prossora - eu nunca faltaria! ;) beijinhos, cuscaróis. Já tinha saudades!