sexta-feira, setembro 21

Que chegue a desuso

Uma jovem universitária de 20 anos, natural de Gaia, foi brutalmente assassinada em Coimbra, ontem de manhã, alegadamente pelo namorado, um jovem viseense de 23 anos. A vítima tinha posto fim à relação há pouco tempo e, ontem de manhã, atraída para uma conversa num local ermo, teve uma morte violenta. Esfaqueada no abdómen, degolada de seguida. "Acabei de matar a minha namorada" terá dito o jovem uma patrulha da 'Escola Segura' da GNR que estava de serviço à EB 2-3 de Ceira (uma localidade da periferia de Coimbra, próxima do local do crime). Eram 10.00. Crime premeditado, dizem os investigadores, até porque para uma vulgar conversa, o suspeito já levava consigo a faca. Depois de confessar o violento crime, alegando estar "roído pelo ciúme", o jovem oriundo de Mangualde (Viseu) mostrou-se arrependido. Tarde demais para a rapariga, filha única de um casal de reformados que há anos tinham feito o luto pela morte de outro filho. (..) A vítima e o presumível homicida eram ambos estudantes de engenharia civil da Faculdade de Ciências e tecnologia da Universidade de Coimbra (...). Ele, inconformado com o propósito da rapariga em terminar toda a relação, atraiu-a a um descampado, situado perto do novo parque de campismo da cidade, a pretexto de uma conversa conciliadora. (...)
Paula Carmo, no DN
(19.09.2007)

Em desuso, o crime passional, não é o que eles dizem mesmo, Sofia?! Toda a responsabilização centrada no indivíduo. Mas, afinal, não tem ele toda uma sociedade (masculina) que lhe diz que é legítimo o recurso à violência para resolver conflitos? Não há toda uma sociedade que lhe diz que a namorada, mesmo quando não o quer ser mais, lhe pertence? Não lhe diz que a única voz da mulher só poderá ser o eco da sua? enfim... partilho da tua falta de paciência...

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