sábado, julho 14

Porque há quem confunda lutas antigas com lutas obsoletas...

..aqui fica um pequeno exemplo de como o feminismo continua a fazer sentido.

Cortiça mantém contrato de trabalho que discrimina mulheres
"Todas as mulheres corticeiras são discriminadas." Maria José Pereira de 40 anos, há 23 a escolher rolhas, é uma das operárias que ontem se juntaram à manifestação à porta da Associação Portuguesa de Cortiça em Santa Maria de Lamas, Feira. O Sindicato dos Operários Corticeiros do Norte programou uma vigília de 14 horas pelo fim à discriminação salarial e por um aumento de salários de 31,32 euros para os homens e de 40 para as mulheres. "Há casais que fazem exactamente o mesmo serviço. Ele ganha 626,5 euros, ela 527,5", explica Alírio Martins, coordenador da estrutura sindical.

(...) "As mulheres têm de ter um valor diferente, caso contrário, o fosso salarial aumenta", (...). "É uma batalha muito antiga. Muito se tem falado do Ano Europeu de Igualdade de Oportunidades para Todos e, por isso, mais do que nunca não se justifica que isto aconteça." (...) Vamos lutar até conseguir acabar com essa discriminação.""No sector da cortiça há o feminino e o masculino e é preciso acabar com essa diferença", defende Alírio Martins. O contrato colectivo de trabalho prevê que homens e mulheres sejam colocados em grupos diferentes, a exercerem as mesmas funções e com salários distintos. "No momento em que Portugal assume a presidência da União Europeia, parece-nos lógico e oportuno exigir que as mulheres ganhem o mesmo." (...) No sector do calçado, a diferença salarial entre homens e mulheres não é permitida no contrato colectivo de trabalho. No entanto, há casos detectados. Ainda há pouco tempo, havia uma diferença entre os salários de encarregados homens e mulheres na indústria do calçado. Situação que ficou resolvida no ano passado, na última renegociação do contrato colectivo de trabalho.


Sara Dias Oliveira
Jornal Público

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