I object/ Eu objecto!
Este é um excerto de um texto escrito por Sandra Bartky seguido da minha leitura e reescrita alternativa do mesmo.
It is a fine spring day, and with an utter lack of self-consciousness, I am bouncing down the street. Suddenly I hear men's voices. Catcalls and whistles fill the air. These noises are clearly sexual in intent and they are meant for me; they come from across the street. I freeze. My face flushes and my motions become stiff and self-conscious. The body which only a moment before I inhabited with such ease now floods my consciousness. I have been made into an object. While it is true that for these men I am nothing but, let us say, a "nice piece of ass", there is more involved in this encounter than their mere fragmented perception of me. They could, after all, have enjoyed me in silence. Blissfully unaware, breasts bouncing, eyes on the birds in the trees, I could have passed by without having been turned to stone. But I must be made to know that I am a "nice piece of ass": I must be made to see myself as they see me. There is an element of compulsion in this encounter, in this being-made-to-be-aware of one's own flesh; like being made to apologize, it is humiliating.
- S. Bartky (1990), "On Psychological Oppression"
A minha versão:
so, i turn around, and smiling sweetly, start stripping for them. my movements are clumsy, mechanical: this is not seduction after all. first i take off my floral-print dress, then i kick off my sandals; next i wiggle out of my panties (more catcalls, whistling, panting), i take off my breasts one by one (the crowd goes mad) and with a little twirl and a shy glance over my shoulder, i drop my nice piece of ass. then i walk away with what is left of me; i walk on without turning back.
e/ou:
so, i turn around, stone-faced, take out my gun and shoot the f***kers - "a girl needs a gun these days on account of those rattlesnakes"... but what to do with the bodies: this is not trophy hunting after all. as i take a few steps back, still clutching my gun, i notice that one of them is moving. "nice piece..." he croaks. but i walk away with the dead quiet (breasts bouncing, eyes on the birds in the trees); i walk on without turning back.
Convidam-se outros/as a escreverem mais alternativas!
It is a fine spring day, and with an utter lack of self-consciousness, I am bouncing down the street. Suddenly I hear men's voices. Catcalls and whistles fill the air. These noises are clearly sexual in intent and they are meant for me; they come from across the street. I freeze. My face flushes and my motions become stiff and self-conscious. The body which only a moment before I inhabited with such ease now floods my consciousness. I have been made into an object. While it is true that for these men I am nothing but, let us say, a "nice piece of ass", there is more involved in this encounter than their mere fragmented perception of me. They could, after all, have enjoyed me in silence. Blissfully unaware, breasts bouncing, eyes on the birds in the trees, I could have passed by without having been turned to stone. But I must be made to know that I am a "nice piece of ass": I must be made to see myself as they see me. There is an element of compulsion in this encounter, in this being-made-to-be-aware of one's own flesh; like being made to apologize, it is humiliating.
- S. Bartky (1990), "On Psychological Oppression"
A minha versão:
so, i turn around, and smiling sweetly, start stripping for them. my movements are clumsy, mechanical: this is not seduction after all. first i take off my floral-print dress, then i kick off my sandals; next i wiggle out of my panties (more catcalls, whistling, panting), i take off my breasts one by one (the crowd goes mad) and with a little twirl and a shy glance over my shoulder, i drop my nice piece of ass. then i walk away with what is left of me; i walk on without turning back.
e/ou:
so, i turn around, stone-faced, take out my gun and shoot the f***kers - "a girl needs a gun these days on account of those rattlesnakes"... but what to do with the bodies: this is not trophy hunting after all. as i take a few steps back, still clutching my gun, i notice that one of them is moving. "nice piece..." he croaks. but i walk away with the dead quiet (breasts bouncing, eyes on the birds in the trees); i walk on without turning back.
Convidam-se outros/as a escreverem mais alternativas!
7 comentários:
Se, por razões óbvias, nunca estive na situação da assediada, posso dizer com orgulho que também nunca estive do outro lado... De todas as formas, concordo: seja com o "desnudar" da situação, seja com o seu frio e decidido abatimento!
Ter poderes de bruxinha e torná-los impotentes daí em diante. Ficar-se-lhes a "coragem" toda no assobio.
E porque não um “semi-strip não mecanizado”? Já experimentei… Estava no carro com o meu então namorado – por acaso, só a conversar – quando me apercebi que um homem estava sempre lá a passar (certamente à espera de encontrar mais do que uma conversa). Nem hesitei: bastou levantar violentamente a camisola (estava sem soutien) – e acompanhar o movimento com uma expressão facial idiota - que o observador se tornou em (objecto) observado. Nunca mais lá passou.
Outras vezes (sem poderes de bruxinha nem bazucas à disposição), perante os tais piropos, dá vontade de fazer de conta que se coçam os testículos e dizer com voz grossa “isso é para mim, paixão?”.
EHEHEHHE CURTI MAIS O COMENTÁRIO QUE O POST!!MAS POR FALAR EM ASSÉDIO...AS MULHERES ASSEDIAM COM DETERMINAÇÃO MUITAS VEZES!APOISÉ
MAS HÁ AÍ MUITO ESTERIÓTIPO...OS TESTÍCULOS E O SEU VALOR SIMBÓLICO, ACABAM POR REPRESENTAR E EXPRESSAR UM MAXISMO QUE NÃO É GENERALIZÁVEL A TODOS OS HOMENS, POR EXEMPLO...O PROFESSOR UNIVERSITÁRIO NÃO OS COÇA DA MESMA FORMA QUE O FUNCIONÁRIO PÚBLICO ADMINISTRATIVO OU QUE O TIPO DAS OBRAS. ISSO É MUITO DISCUTÍVEL MESMO, NEM SEQUER ASSOBIAM DA MESMA FORMA, NEM OS PIROPOS SÃO OS MESMOS, POR OUTRO LADO, DEVE DE HAVER TAMBÉM MULHERES MAXISTAS, OU PELO MENOS COM COMPORTAMENTOS, QUE PELO QUUE ME APERCEBO, SÃO MAXISTAS, POIS JÁ ME SENTI VIOLADO COM OLHARES E NÃO CURTI NADA MESMO.
ISTO NA VIDA NADA É LINEAR, SÃO MUITAS CÉLULAS A TRABALHAR, MUITA SINAPSE EM ALTA ROTAÇÃO.
DE QUALQUER DAS FORMAS, ACHO QUE AS MULHERES TÊM BASTANTE PODER, NUM CERTO ASPECTO SÃO ELAS QUE COMANDAM A HUMANIDADE AO DAR À LUZ E AO GERALMENTE ESCOLHEREM O PARCEIRO (PELO MENOS ACTUALMENTE), ESSA É UMA DIFERENÇA INCONTORNÁVEL. ESPERO QUE NÃO LEVEM A MAL OS MEUS COMENTÁRIOS:)
Correcção: de quaisquer das formas e não de qualquer das formas. Chego a este blog e baralham-me os referentes funcionais:)
Bela lugosi’s dead, é claro que não levamos a mal os teus comentários! Eles que venham. :)
Quanto ao que disseste, é óbvio que existem mulheres machistas (que se consideram socialmente subalternas), mas não é o olhar para o homem como naco de carne que faz delas machistas – e se reparares estamos a definir a mulher por comparação ao homem, o que só por si já me parece bem sexista. Mas adiante.
Essa do comandar a humanidade é que me trocou as voltas…
1º: como dizer que o que faz um barco a remos andar é só um dos remos? Como é possível distinguir o comandante do comandado? Há uma série de influências invisíveis que condicionam as nossas acções – mesmo aquelas que achamos serem somente nossas. Pensar que é possível distingui-lo seria querer separar-nos da história, do meio, das intenções económicas, da política… enfim, do outro. Mas não preciso dizê-lo a um antropólogo… (ou estarei a ser preconceituosa?) ;)
2º: pensar que o dar à luz é um poder é cair na tal história e reduzir a mulher ao seu papel de incubadora. Se assim fosse, que dizer das mulheres (lésbicas ou hetero) que não têm filhos? São menos mulheres ou mulheres com menos “poder” que as mães? Hum… não me parece.
3º: apesar de hoje já não ser descarado o escolher o/a noivo/a para o/a filho/a, existem as tais influências subliminares (outras bem mais deliberadas) que condicionam as escolhas do parceiro – por forma a que isso não possa pôr em perigo o sistema. E aqui voltamos ao primeiro ponto.
E ainda bem que se te baralham os referentes funcionais quando chegas a este blogue. Quase que dizia: missão cumprida! :)
ehehehe eu aqui não estou como antropólogo, embora às vezes isso se possa confundir com quem sou, o que interessa é que gosto de vir até cá ler o que escrevem. Óbvio que as coisas são bem mais complexas do que a forma como as expus:). Quando me referi à maternidade, fi-lo não por ver a mulher num papel de incubadora, mas sim por ser uma condição biológica que as distingue automaticamente dos homens, mesmo que optem por não ter filhos, independentemente dos motivos. Essa condição biológica é para mim determinante na diferente sensibilidade que possuem, por outro lado numa sociedade machista, elas acabam por ser ainda, grandemente responsáveis pela educação das crianças, passando consequentemente grande parte desses valores machistas.A questão da comunicação que se estabelece entre himisfério esquerdo e direito do cérebro, é outra grande diferença, os homens bipolarizam em maior ou menor grau, as mulheres conseguem estabelecer maior comunicação entre eles, desenvolvendo diferentes redes nuronais o que se reflecte em diferentes abordagens das mesmas situações. A cultura e a biologia influenciando-se sempre.Existem diferenças evidentes entre mulheres e homens, mas noutras escalas de abordagem também as existem entre os próprios homens e entre as próprias mulheres. Pessoalmente considero qua a maioria das mulheres possuem mais condicções que os homens, para exercer os mais variados tipos de funções, só que como em tudo existem excepções.
1º ponto, sim tudo tem que ser contextualizado.
2º-as mulheres não são incubadoras, têm uma condição biológica com reflexos na cultura que as distingue dos homens.
3º Existem influências sim, padrões de beleza, meios sócio-culturais,religiosos, ideológicos etc, mas as mulheres fazem parte desse sistema também e são elas que o passam em grande parte, através da educação dos filhos.
Conclusão: tens razão lol e é bom debater:)
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