sexta-feira, junho 22

Balanço do trabalho da UMAR contra a Violência de Género

Violência doméstica aumentou

O aumento, em 50%, do número de queixas de violência doméstica, no Grande Porto, mostra que os contos de fadas não passam efabulações de uma realidade improvável. (...)

A União de Mulheres, Alternativa e Resposta recebeu 134 novos casos de violência doméstica, em 2006 (...)

Segundo os dados da UMAR, a violência afecta mais as mulheres com idades compreendidas entre os 30 e os 50 anos, apesar dos três casos registados entre jovens estudantes. Ao todo, 62% das vítimas são casadas, com filhos, normalmente mais de dois. O fim do casamento não significa o fim da violência 13% das queixas provêm de mulheres divorciadas e 2% de separadas. O fenómeno continua mais localizado entre pessoas com menor formação, apesar de haver 6% de queixosas licenciadas. A nível profissional, há 32% de desempregadas, 10% de reformadas e 6% de domésticas. A violência sexual começa a sobressair entre as denúncias recebidas na UMAR. "Em 2004, era praticamente residual. No ano passado, aumentou bastante", disse Maria José Magalhães.

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A violência das sms
Um grande amor resulta, muitas vezes, em grande dor, física e psicológica. "Muitas raparigas acham normal que o namorado veja as sms e controle o telemóvel", adverte Ana Paula Canotilho, da Direcção da UMAR. "Não se dão conta de que estão a ser vítimas de violência". Pode ser o início de um ciclo de abusos, que em média dura 12 a 15 anos, que se vai intensificando ao logo dos tempos; de sova ou humilhação ocasional, à porrada diária. "Os alunos com quem trabalhamos têm menos apetência para a violência", disse Ana Paula Canotilho, no resumo dos três anos de um programa de prevenção, iniciado em 2004, em três escolas do Grande Porto Aldoar, Secundária de Valongo e Baguim do Monte. O projecto armou-se com a música e a dança no "combate aos mitos e aos estereótipos de género". Nos jardins-de-infância organizaram sessões de desconstrução dos contos infantis, contando a história ao contrário. "Percebemos que já têm a noção do que se passa em casa deles". Havendo verba, o projecto será alargado a mais escolas, idealmente, do infantário ao 12º ano.


Para ultrapassar a falta de verbas, vai ser realizado um leilão de arte, com obras de artistas conhecidos, intitulado “UMAR-TE assim perdidamente”. De acordo com a responsável, “para um evento de angariação de fundos, este nome diz um pouco sobre esta problemática de um amor que, no final, por paixão e por ciúme faz aceitar tudo”. O vento realizar-se-á no dia 6 de Julho, na Junta de freguesia de Aldoar.

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