segunda-feira, abril 23

Chafurdando em estatísticas...

... descubro que se a situação da mulher no mercado de trabalho pudesse figurar num quadro, a pintura não seria difícil. Bastava tinta preta. É que o cenário é sombrio:

Temos mais dificuldade em arranjar emprego - muito embora existam mais mulheres habilitadas (licenciaturas e mestrados).

Quando conseguimos emprego, recebemos menos que um homem, em tarefa igual.

Depois, se há alguém que tem de abandonar o emprego(-num-palheiro), para cuidar dos filhos, esse alguém é normalmente a mulher.

Permanecemos circunscritas a actividades normalmente desenvolvidas por mulheres (área administrativa; profissões intelectuais e científicas; serviços e vendas).

E os cargos de chefia continuam a ser-nos barrados - por um tecto de vidro.

Já para não falar que continuamos a acumular o trabalho com as actividades domésticas... e que elas não são remuneradas...

Mas que isto não soe a vitimação. As estatísticas servem, na minha visão, para reconhecermos a posição que ocupamos; o papel (escrito por outros) que desempenhamos. Serve, acho e espero, para reescrevermos esse papel.

E servem também - pronto, confesso - como desculpa para, de vez em quando, linkar coisas interessantes. Como - deixa lá ver... assim de repente... já sei! -um artigo do expresso emprego. Passem lá. E aproveitem para ver outros artigos relacionados com mulheres no trabalho.


Por aqui, havemos de voltar ao tema!

Imagem: Helena Almeida


4 comentários:

Alien David Sousa disse...

Cuscavel, eu sei que não é a primeira vez que vocês abordam este tema porque eu já o comentei da outra vez. Assim não me vou repetir. Apenas vou dizer para continuarem a bater na tecla, porue sim!, porque é necessário. Mas deixa-me bater na minha, as mulheres em cargos mais altos, enquanto não colocarem na cabeça que devem ajudar outras mulheres, isto vai continuar a ser um mundo de homens. Vou bater na tecla, tenho de entrevistar com um colega juniors para a agência, e se não for eu a puxar pelas mulheres, a colocar as raparigas mais à vontade, após entrevista a fazer força para que seja uma mulher a ficar...é um homem que fica com o trabalho. Agora, noutras agências, não sei se as mulheres puxam pelas mulheres...mas isto é só uma ponta do iceberg eu sei...
beijinhos

cuscavel disse...

Comentámos no blogue uma da outra ao mesmo tempo; e com introduções muito parecidas. Se não fosses uma alien, estranharia isto ter-me soado a twilight zone ;-)

Quanto ao bater na mesma tecla, é preciso. É o "mulheres contra mulheres" que falávamos… Parece-me bastante positivo que tentes que não se exclua uma candidata competente só por causa do género (mas também me parece óbvio que não contratarias uma incompetente só por solidariedade feminina). Que esse esforço (puxar pelas mulheres como bem dizes) possa ser também feito depois da contratação. O que é tão ou mais difícil!

Beijinhos :-)

Aragana disse...

vale a pena visitar alguém que toca na mesma ferida que também toco tantas vezes.
Muitas vezes ao contrário, em forma de ataque ao machismo... também eu já vi a minha carreira acenar-me do outro lado do vidro!

E ainda falta acrescentar que tantas vezes nos acenar com uma ascenção de posto (merecida) com a contra proposta de assédio!

Been there! E não saio da cepa torta!

Grace disse...

Voltei a trás para comentar pela concordância do tema, mas o link que se segue é de uma notícia actual, ainda...

http://www.lesbianlips.es/noticias/la-discriminacion-laboral-sigue-afectando-a-las-mujeres-y-al-colectivo-lgbt/1771.html