quinta-feira, março 8

Dia Internacional da Mulher

Dizíamos, no post anterior, que a luta pela igualdade entre homens e mulheres ainda faz sentido nos tempos que correm. E é fácil verificarmos isso mesmo.

Basta passarmos pelo site da Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego para rapidamente verificarmos que a reivindicação por salários idênticos para homens e mulheres, em trabalhos iguais, é ainda uma necessidade. Somos, também aqui, as tecelãs do século XIX.
  • Em Portugal, as mulheres recebem menos de 25% do salário dos homens para trabalho igual.

E da mesma forma que aquelas 130 mulheres foram vítimas de crimes contra a vida, também nós o somos, nos dias de hoje.

E isto, em Portugal.
No resto do mundo, mudam os números. Podem, até, mudar os objectos de estudo. Mas a descoberta é a mesma.

Conheçamos alguns destaques (não invalida que vejam todo o documento; é revelador) das Estatísticas Internacionais de Violência contra as Mulheres, divulgadas no site da UMAR:

  • Nos EUA uma mulher é espancada a cada 15 segundos, normalmente pelo seu parceiro ou marido. (Estudo da ONU sobre as Mulheres, 2000)

    Uma em cada cinco mulheres será vítima de violação ou tentativa de violação na sua vida (OMS 1997).

    No Iraque pelo menos 400 mulheres e raparigas, com pouco mais de 8 anos, foram violadas em Bagdad, durante ou depois da guerra, desde Abril 2003 (Estudo da Human Rights Watch, 2003).

    Mais de 135 milhões de raparigas e mulheres têm sido sujeitas à mutilação genital e cerca de 2 milhões estão em risco todos os anos (6.000 todos os dias) (ONU, 2002).

    A violação marital é reconhecida como crime em apenas 51 países, (UNIFEM, 2003).

    51% da população mundial infectada com HIV/SIDA (mais de 20 milhões) são mulheres. (UNIFEM, 2003)

E chega-nos, então, a (infeliz) confirmação que falar-se de desigualdade não é “birra” de mulheres desocupadas, fundamentalistas, ultrapassadas ou com falta de sexo (estereótipos recorrentes para as feministas).

Chega-nos a confirmação que não é tanta a distância que nos separa daquelas mulheres do século XIX.

Chega-nos a confirmação que a desigualdade não é tema de quem não tem nada para fazer. Pelo contrário. É que, a avaliar por estes dados,

o que não nos falta, é o que fazer!

Imagem: "Mulher Cão", Paula Rego

8 comentários:

sapiens disse...

Olá penso que post se adequa por isso decidi deixar o meu convite, passo a explicar:


O meu nome é Renata Lourenço.
Sou aluna do quarto ano de Antropologia da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas e estou a realizar o meu estágio de fim de curso na ILGA sobre a temática das famílias homosexuais e da parentalidade gay e lésbica.

Parte do meu trabalho será precisamente de recolha etnográfica de testemunhos de pessoas que constituam uma família homossexual e que já tenham ou desejem acrescentar uma criança à família.

O objectivo para já será a composição de um panfleto informativo mas também de carácter político acerca deste novo tipo de famílias que lutam pela legalidade e pela igualdade de direitos na sociedade.


Para a realização deste trabalho preciso, como já disse de testemunhos, que até agora estão a ser difíceis de encontrar.

Deixo assim a proposta, caso alguém se enquadre no perfil e queira colaborar.



Com os melhores cumprimentos;

Renata Lourenço


E-mail – e MSN - Sapiensgeneboosted@gmail.com

cuscavel disse...

Sapiens, já colocámos o teu convite (com alguns cortes – devido ao espaço) na barra lateral. Esperamos que ajude!

Ps: depois não te esqueças de partilhar as descobertas! ;)

Blog da Mélica disse...

Oi! Tb estou participando da blogagem coletiva e vim te desejar um Feliz Dia Internacional das Mulheres!! Que Deus possa sempre está nos dando forças p/ novas conquistas e nossos companheiros reconhecer a nossa importância neste mundo. :) Bjos.

Woman Once a Bird disse...

Absolutamente de acordo. ;)

Anónimo disse...

Parece que a violência é uma presença permanente no mundo feminino, dentro e fora de casa.
Nós homens ainda temos muito que aprender.

Denise Arcoverde disse...

Interessantíssimo!!!!!!

E obrigada por ter participado da blogagem! Beijão!

Unknown disse...

Nos EUA essa estatistica eh uma invencao de advogados sem vergonha. Qualquer homen eh imediatamente acusado de ser espancador mesmo que seja o mais angelical menino da mama budista que nao mate nem uma formiga. Basta ser homem para ser descriminado e ser considerado automaticamente culpado de violencia domestica e pagar milhares e milhares de dolares a advogados para provar que nao espanca. Eu sou a favor da igualdade entre os sexos, nao da descriminacao. Nos EUA passou-se da discriminacao da mulher nos anos 60 para a descriminacao do homen nos anos 2000, que sao acusados de tudo e mais alguma coisa para advogados sacarem dinheiro. Essa e' a verdade , o resto sao conversas de inocentes como voce que vao na onda.... se a cada 15 segundos se espancasse uma mulher os homens americanos nao tinham tempo para fazer mais nada na vida.... e todos nos mesmo os cristaos praticantes, que admiram mulheres, tambem tinhamos que estar sempre a bater....ridiculo e triste que os advogados gananciosos americanos consigam espalhar essa propaganda da America ate Portugal!!!!!

cuscavel disse...

Petergaetano, os advogados, por aí, conseguem coisas fantásticas!!! Iludir um estudo da onu, provar espancamentos onde eles não existiram, provar que houve relações sexuais não consentidas sem terem mesmo acontecido (e este ponto todos nós sabemos como é fácil provar!). Enfim, esses advogados conseguem milagres. Até fazer um homem crer que é vítima de discriminação quando espanca ou viola uma mulher.